A grande mudança de paradigma na política portuguesa, a favor de contas públicas equilibradas, não acabou com maus hábitos recentes, como vemos este ano.
Conhecemos a boa notícia. Não é uma novidade, mas tem representado uma mudança tão grande de paradigma na política portuguesa que nunca é demais repeti-la e dá-la como uma “notícia”: a classe política, seguindo um novo consenso na sociedade portuguesa desde a crise da troika, assumiu o equilíbrio das contas públicas como uma prioridade. Não sabemos quanto tempo durará, mas sabemos como é tão diferente do passado - ainda agora, com menos margem do que noutros anos, o Governo da AD diz que não prescinde de ter um pequeno excedente. Nos tempos que correm, de risco cada vez mais alto no mercado de dívida, este é um bom desenvolvimento.
Ao ver os socialistas que apoiam a Flotilha "humanitária" para Gaza tive a estranha sensação de estar a ver a facção do PS que um dia montará um novo negócio, mais alinhado com a esquerda radical, deixando o PS “clássico” nas águas fétidas (para eles) do centrão.
A grande mudança de paradigma na política portuguesa, a favor de contas públicas equilibradas, não acabou com maus hábitos recentes, como vemos este ano.
As declarações do ministro das migrações, Thanos Plevris – “Se o seu pedido for rejeitado, tem duas opções: ir para a cadeia ou voltar para o seu país… Não é bem-vindo” – condensam o seu programa, em linha com o pensamento de Donald Trump e de André Ventura.
Mesmo quando não há nada de novo a dizer, o que se faz é “encher” com vacuidades, encenações e repetições os noticiários. Muita coisa que é de enorme importância fica pelo caminho, ou é apenas enunciada quase por obrigação, como é o caso de muito noticiário internacional numa altura em que o “estado do mundo” é particularmente perigoso