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Tesourinhos do Carnaval de Torres e mais alguns: espreite o baú de Norte a Sul

Raquel Lito
Raquel Lito 28 de fevereiro de 2017 às 08:00

Os homens que se mascaram de mulheres têm quase um século de tradição nos corsos torrienses e só na década de 60 é que permitiram às mulheres de Ovar serem aclamadas rainhas dos festejos. Mas há mais surpresas

Há mais de 90 anos que os machos fazem inversão de género por uns dias: alguns optam pela via da caricatura, vestem roupas femininas mas mantêm o bigode; outros são mais refinados e insinuantes, carregam na maquilhagem, usam saltos altos, seios postiços e disfarçam os pêlos. Porque é Carnaval, ninguém estranha que as matrafonas ganhem protagonismo nas ruas de Torres Vedras (este ano os festejos contam com oito carros alegóricos, destacando-se o da geringonça do PS) e perpetuem a tradição desde 1924 – data em que foi coroada a primeira rainha-homem. À época, os trabalhadores do campo recorriam "ao vestuário da esposa ou da mãe, principalmente quando o acesso a máscaras era inexistente ou dispendioso", recorda a antropóloga Ana Almeida, uma das autoras da antologiaCarnaval: história e identidade, lançada pela editora de livros académicos Colibri em 2016.  

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