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Eça de Queiroz: a vida privada de um génio

Marco Alves
Marco Alves 01 de janeiro de 2025 às 23:00

As roupas extravagantes, as viagens exóticas, os hotéis mais luxuosos, os grandes jantares, as mulheres proibidas e as mais fáceis. Eça gostava do melhor que a vida podia oferecer. Ganhava bem, gastava ainda mais, acumulava dívidas, pedia dinheiro e favores. Rejeitado pela mãe, construiu uma família unida. Na semana em que os seus restos mortais são transladados para o Panteão, esta é a sua história pessoal.

A 27 de novembro de 1891, Eça de Queiroz recebeu uma carta da mulher, Emília de Castro, com uma súplica desesperada: "Peço dinheiro, tenho apenas para pagar o mês da Maria [empregada] e não me resta quase nada, senão uns francos, a cozinheira está muito atrasada, enfim, preciso sem falta." A 29, outra carta da mulher: "Peço dinheiro sem falta." A 30, Emília de Castro agradeceu os 100 francos que recebeu, que "foram logo para a mão da Rosalie [empregada], que queria mais". A 4 de dezembro, precisava de outros 100 francos, "sem falta". A 5, insistiu: "Estou aflita."

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