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Da Taura da Polinésia às imagens do mar dos Açores. Famílias querem ensinar "a respeitar o oceano"

Ana Bela Ferreira, em Nice
Ana Bela Ferreira, em Nice 12 de junho de 2025 às 07:00
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No espaço dedicado aos visitantes e à sociedade civil à margem da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos famílias aproveitam os expositores para mostrar espécies em vias de extinção, mecanismos de estudo do fundo do mar e até totems do outro lado do mundo.

À margem da terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano (UNOC3), o Pavilhão de Exposições de Nice acolhe 15 pavilhões que prometem uma experiência imersiva do oceano. Dentro d' A baleia - assim se chamou a zona aberta ao público da Conferência - cruzam-se ativistas, escolas e famílias.

Entre uma experiência imersiva feita com recurso a imagens projetadas nas paredes que dão a sensação de estarmos no fundo do mar, ao interior da cápsula usada para explorar o fundo do mar a 200 metros encontramos um globo que mostra de forma interativa onde se concentra a clorofila, os cardumes e outros dados. É aqui que está Dominique e os seus dois netos gémeos - Marie e Antoine. "Vim por eles, para lhes mostrar como é o oceano e para que o respeitem mais tarde quando crescerem", conta à SÁBADO. Só lamenta que "as atividades interativas estejam mais pensadas para os adultos do que para as crianças - "faço eu por eles as experiências".

Aos cinco anos, Marie e Antoine olham com interesse para o grande globo que têm à sua frente e que se ilumina de acordo com os dados escolhidos pela avó no ecrã. "Quero que eles aprendam que a poluição é errada e que temos de proteger a natureza."

Quem também veio pelas filhas de 6 e 4 anos foi Pecheanu Mihail. Um cidadão romeno que vive em Nice há 15 anos. "Às quarta-feiras não há aulas em França e aproveitei para reservar e vir com elas. Vim para lhes explicar a importância da ecologia", aponta. Soube que a UNOC ia estar em Nice "pelos cartazes na rua e a quantidade de polícias em todo o lado".

Mas nem todos estão n' A Baleia para ver o que os expositores trouxeram. Irene Arroyave vem da Colômbia para a sua primeira conferência dos oceanos através do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caraíbas e confessa que gostava de "ver mais compromissos", embora reconheça que "estes eventos públicos são muito importantes". Deseja ainda que se aposte mais "em programas educacionais e mais investigação científica"

No fundo do pavilhão está a experiência visual do artista dinamarquês Jakob Kudsk Steensen que recorre a imagens captadas no mar dos Açores e da ilha de Stromboli para recriar um ambiente do fundo do mar onde incluiu espécies extintas que foram digitalizadas em 3D. Lá dentro do túnel escuro, por entre os ecrãs que projetam estas imagens, uma criança grita: "Uau, estamos dentro de uma baleia".

Na outra ponta oposta, junto à entrada está a zona da Fundação Oceano Azul, em colaboração com a Ocean & Climate Platform, RISE UP, Seas At Risk, Fauna & Flora e Surfrider Foundation Europe, por aqui passaram dezenas de eventos dinamizados por mais de 65 organizações da sociedade civil de todo o mundo. Onde, por exemplo, foi apresentando o manifesto conjunto da sociedade civil por mais ação pelos oceanos ou transmitidos os documentários A Ilha dos Gigantes e Gorringe, Gigante do Atlântico.

Pelo meio, os visitantes podem ainda conhecer a lenda do grande tubarão-martelo - Taura, que representa a ligação espiritual entre o povo da Polinésia e a Natureza. Essa Taura é representada por uma escultura em madeira que representa a migração do tubarão-martelo e a necessidade desta espécie se voltar a afirmar.

A jornalista viajou a convite da Fundação Oceano Azul.

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