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Após a vitória dos Aliados na 1.ª Guerra Mundial, o imperador Carlos I, último titular do império Austro-Húngaro, tornou-se no primeiro "soberano exilado" na Madeira.
Após a vitória dos Aliados na 1.ª Guerra Mundial, o imperador Carlos I, último titular do império Austro-Húngaro, tornou-se no primeiro "soberano exilado" na Madeira, um momento histórico sobre o qual passam 97 anos na segunda-feira.
A chegada do imperador, uma figura acarinhada pelos madeirenses e ainda hoje alvo de interesse por parte de residentes e visitantes, ocorreu em 19 de Novembro de 1921, depois da assinatura do Armistício que pôs fim a quatro anos de guerra (em 1918) e da queda do império Austro-Húngaro, derrotado no conflito.
Para evitar uma recomposição do império, já que Carlos I nunca assinou a sua abdicação, os Aliados enviaram-no para a Madeira, porque a ilha ficava longe do teatro político.
A chegada de Carlos de Habsburgo e da mulher, Zita de Bourbon, foi noticiada peloDiário de Notícias da Madeira, na primeira página, no dia seguinte: "No exílio, os ex-reis da Hungria na Madeira".
"Os soberanos destronados chegaram ontem ao Funchal" e "não são considerados como prisioneiros, mas como hóspedes do Governo português", escreveu o matutino, apontando ser "a primeira vez que a hospitaleira ilha da Madeira serve de residência a soberanos exilados".
Carlos I tinha partido de Gibraltar a bordo do cruzador britânico Cardiff e, devido a dificuldades financeiras, instalou-se na Quinta no Monte, no Funchal, cedida então pelo banqueiro Rocha Machado.
Aquando da sua morte (após 134 dias a viver na Madeira), foi decretado luto na Madeira - as lojas encerraram as portas e uma grande multidão oriunda de vários pontos da ilha fez questão de lhe prestar homenagem, sendo comum os habitantes irem pedir-lhe também graças na igreja da padroeira da região.
Foi na Quinta do Monte que morreu, em 1 de Abril de 1922, vítima de uma "dupla pneumonia gripal", aos 34 anos, de acordo com a sua certidão de óbito.
"Fim dum ex-imperador e rei", anunciou então oDiário de Notícias, acrescentando: "Exalou o último suspiro ontem às 12 horas e 18 minutos".
"No exílio, morreu ontem, na Quinta do Monte, S. M. Imperial Carlos de Áustria", escreveu também o Diário da Madeira.
De acordo com os três médicos assistentes, "o seu cadáver foi logo embalsamado", mas, seguindo a tradição dos Habsburgos, o seu coração foi levado pela imperatriz Zita para Viena.
Sepultado numa dependência da Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Monte, elevada a santuário nacional, o corpo encontra-se actualmente numa capela tumular, inaugurada em 1968. Os restos mortais estão num cofre de chumbo, colocado numa caixa-forte de ferro.
A Quinta do Monte, hoje Quinta dos Jardins do Imperador, foi adquirida em 1982 pelo Governo Regional, que ali pretende instalar o Museu do Romantismo, num investimento público de 1,2 milhões de euros.
Devido à religiosidade do ex-imperador e a um milagre que lhe é atribuído -- a cura, em 1960, de uma úlcera varicosa numa freira polaca, missionaria no Brasil -- o papa João Paulo II beatificou-o, em 2004.
Uma estátua no adro da Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Monte e uma exposição permanente fazem perdurar sua passagem pela Madeira. Ainda hoje, os seus descendentes deslocam-se à Madeira com frequência.
Carlos I da Áustria tornou-se há 97 anos no primeiro "soberano exilado" na Madeira
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