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Cinema

Amor é fogo que não se vê, mas se sente

Pedro Henrique Miranda
Pedro Henrique Miranda 20 de julho de 2020 às 08:00

História de amor maternal na Galiza rural, O Que Arde, de Oliver Laxe, parte da vida de dois camponeses para descobrir “o ser humano na sua eternidade”

Os primeiros minutos leem-se como uma espécie de ensaio visual, ou o início de um veemente documentário de alerta. Mergulhada num silêncio profundo, uma floresta é subitamente assolada por máquinas que derrubam árvores sem dó, uma cena filmada com brutalidade digna de ativismo ambientalista. "Fazer cinema é imaginar o mundo em que queres viver", diz-nos, por telefone, Oliver Laxe, realizador de O Que Arde, mas, como veremos mais adiante, há neste filme "mais energia amorosa do que vontade de denunciar".

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