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Mítica montanha suíça está a desaparecer dos chocolates Toblerone

Lusa 07 de março de 2023 às 08:14

Por ano, são produzidas cerca de sete mil milhões das famosas barras de chocolate criadas em 1908.

A mais emblemática das montanhas suíças, o Matterhorn, está gradualmente a desaparecer das embalagens de Toblerone, para corresponder aos requisitos da legislação suíça, revelou esta segunda-feira o proprietário da famosa barra de chocolatenougatem forma de prisma.

REUTERS/Denis Balibouse

Criado em 1908 na fábrica da família Tobler, o Toblerone foi até agora produzido apenas em Berna, a capital da nação alpina. No entanto, a partir do outono, a famosa barra de chocolate também será produzida em Bratislava, na Eslováquia, "para responder ao aumento da procura global", explicou uma porta-voz da gigante norte-americana de alimentos Mondelez International.

Esta realocação parcial obriga a marca a retirar a denominação "da Suíça" que surge logo abaixo da marca na embalagem, para corresponder aos requisitos da legislação suíça, adotada em 2017 para proteger os produtos fabricados no país.

Mas a troca do Matterhorn, a mítica montanha na fronteira entre a Itália e Suíça com a altura de 4.478 metros, por uma montanha estilizada e genérica, provocou um debate na Suíça.

"Temos que adaptar as nossas embalagens à legislação suíça", frisou à agência France-Presse (AFP) uma porta-voz da Mondelez. "O redesenho da embalagem apresenta um logótipo de montanha modernizado e simplificado, em linha com a estética geométrica", para ser "mais triângulo", especificou.

O novo desenho - que no entanto mantém a silhueta do urso - símbolo de Berna - inscrito na encosta da montanha, começou a ser implantado desde o outono do ano passado.

Toblerone produz sete mil milhões das suas famosas barras de chocolate por ano, 97% das quais são exportadas para 120 países. O nome é um trocadilho com Tobler e "torrone" - o nome italiano paranougatde mel e amêndoa.

O diário Tribune de Genève questionou se esta opção é um "suicídio comercial", mas para o chefe da agência de comunicação Trio, Michael Kamm, a marca está "muito bem consolidada para além do logótipo".

Olivier Furrer, professor de marketing da Universidade de Friburgo, considera, por sua vez, que este é um problema da Suíça. "O Matterhorn é especialmente importante para os consumidores suíços, porque é uma questão de orgulho, mas se os suíços podem ficar chateados, não tenho certeza se os estrangeiros notarão a diferença", destacou, citado pelo diário suíço.

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