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Sete milhões de pessoas vivem sob o jugo do Daesh

24 de maio de 2016 às 12:57
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São mais de metade da população portuguesa e habitam em regiões controladas pelo grupo auto-proclamado Estado Islâmico, segundo uma organização não-governamental norueguesa

Jan Egeland, ex-secretário-geral adjunto da ONU e actual director da ONG Norwegian Refugees Council (NRC), afirmou durante a cimeira humanitária mundial a decorrer em Istambul que a situação dos refugiados é dramática, mas que é "ainda mais preocupante" o destino daqueles a que as organizações de ajuda humanitária não têm acesso.

"Neste preciso momento há 55.000 civis apanhados no fogo cruzado na cidade iraquiana de Fallujah, controlada pelo Estado Islâmico, que combate as forças iraquianas, e não há forma de aceder a elas", disse Egeland, responsável por uma das maiores ONG mundiais dedicadas aos refugiados.

No total, disse, há sete milhões de pessoas a viver em regiões controladas pelo grupo e é "muito, muito difícil" negociar com a milícia jihadista a abertura de vias humanitárias.

Várias organizações denunciaram na cimeira de Istambul as frequentes violações das leis humanitárias e da Convenção de Genebra, como os bombardeamentos a hospitais ou a ocupação de escolas.

"Não é preciso ser um cientista para apurar que aviões bombardearam um hospital", disse Egeland. "Difundiu-se uma ideia de que 'o médico do meu inimigo é meu inimigo'. Não! O médico do meu inimigo está a fazer o seu trabalho", frisou.