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Professores. Como foi o grande protesto de 2008 que o de hoje pode igualar?

Lusa 11 de fevereiro de 2023 às 13:46
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Nesse ano, 120 mil professores encheram as ruas de Lisboa. Um dos pontos de contestação era a avaliação.

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) espera hoje uma manifestação idêntica à de 2008, que, segundo os sindicatos, juntou cerca de 120 mil pessoas no Marquês do Pombal, em Lisboa.

Paulo Novais/Lusa

Há 15 anos, um dos pontos de contestação era a avaliação dos professores e a ministra da Educação era Maria de Lurdes Rodrigues, o Governo era do PS e liderado pelo primeiro-ministro, José Sócrates.

Oriundos de todo o país, muitos professores envergaram camisetas pretas exigindo "Respeito" e apelando ao governo para os deixar trabalhar "sem burocracias".

"Desilusão", "desânimo", "revolta" e "falta de esperança no futuro" foram as palavras mais proferidas pelos docentes para descrever o atual ambiente vivido nos estabelecimentos de ensino.

No final da 'manif' de 2008 que, como a de hoje, percorreu as ruas de Lisboa, os professores aprovaram então uma greve nacional para 19 de janeiro de 2009 contra o modelo de avaliação de desempenho, que o Ministério da Educação rejeita suspender.

Segundo a organização, o protesto convocado por todos os sindicatos do setor, reuniu cerca de 120 mil professores, superando uma manifestação realizado em março desse ano, até então a maior alguma vez realizada em Portugal por uma única classe profissional. A PSP recusou adiantar números, alegando não serem possíveis de calcular, "dada a dimensão do protesto".

Na altura, os sindicatos afirmaram não haver "entendimento possível" com o Ministério, prometendo "luta o ano todo" contra o modelo de avaliação de desempenho proposto pelo Governo.

"Esta é maior do que a outra manifestação. Perante esta manifestação, que supera alguma já realizada em Portugal, será uma distorção democrática se o governo não retirar consequências e não suspender imediatamente o processo de avaliação de desempenho", disse Mário Nogueira, que já nessa altura era dirigente do Fenprof.

Apesar da dimensão do protesto, a ministra da Educação garantiu, em conferência de imprensa, que o modelo ia continuar a ser aplicado nas escolas, para permitir distinguir e premiar aqueles que são os melhores professores.

"Desistir não é uma solução, para isso não tenho disponibilidade", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues, acrescentando que o seu pior dia como ministra da Educação não tinha sido aquele, mas sim o da greve aos exames nacionais, em 2005.

Além do protesto contra o modelo de avaliação de desempenho, os professores contestavam também o diploma de concursos de colocação de docentes e o novo regime de gestão e administração escolar.

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