Um membro da associação oficial chinesa para as relações com Taiwan afirmou que a Presidente da ilha, a independentista Tsai Ing-Wen, é uma "política radical" por ser solteira e não ter filhos
O comentário, assinado por Wang Weixing, membro da Associação para as Relações Através do estreito de Taiwan e analista militar, foi publicado num jornal controlado pela agência oficial noticiosa chinesa Xinhua na passada terça-feira, e retirado posteriormente.
"Como política solteira, (Tsai) não tem preocupações amorosas, nem constrangimentos familiares ou cuidados com crianças", escreveu Wang no jornal International Herald Leader.
"No estilo e estratégia política, ela mostra ser emocional, pessoal e extrema. Em termos de truques políticos, ela pensa menos em estratégia e mais em pormenores tácticos, e os objectivos a curto prazo são dominantes, em detrimento de objectivos a longo prazo", afirmou.
O ataque surgiu alguns dias depois de Tsai, a primeira mulher a assumir o cargo de presidente em Taiwan, ter sido empossada no palácio presidencial, em Taipé.
A China e Taiwan separaram-se em 1949, depois de as forças nacionalistas do Kuomintang terem perdido a guerra civil com os comunistas, refugiando-se na ilha.
Pequim considera Taiwan uma província renegada a ser reunificada, pela força se necessário.
Eleita pelo Partido Progressivo Democrático, tradicionalmente pró-independência, Tsai não é vista com bons olhos por Pequim, que já avisou a presidente contra qualquer tentativa de reforço da separação.
Pequim avisou que poderá cortar quaisquer contactos, isolando a ilha, se Tsai não manifestar o seu apoio à ideia de "uma só China".
Tsai foi empossada no cargo na passada sexta-feira, tendo proferido um discurso muito criticado por Pequim por não ter deixado claro que Taiwan pertence à China, como pretende o governo comunista.
Apesar de ter sido retirado, o artigo continuou a ser partilhado nas redes sociais, com dezenas de comentários na rede social chinesa Weibo a criticar a natureza pessoal das críticas.
No extenso artigo, Wang também referiu a família da Presidente, afirmando que o pai de Tsai "teve mais que uma mulher", o que - na opinião do analista - "afectou negativamente" a personalidade da Presidente, tornando-a numa pessoa insegura.
Na opinião de Wang, Tsai vai procurar "secretamente a independência" da ilha e provocar Pequim "para acabar com a paz no estreito".
"Quando lidamos com Tsai Ing-Wen, temos de ter constantemente em consideração a sua experiência, personalidade e psicologia", escreveu.
Para a ministra do Trabalho, o combate a quem se serve da generosidade da lei podia começar em casa.
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