Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular, da Universidade de Coimbra, identificaram o mecanismo que promove a comunicação entre neurónios
Os cientistas desvenderam que "a ubiquitina organiza as proteínas que permitem aos neurónios trocar informação entre si", afirma uma nota da Universidade de Coimbra (UC), hoje divulgada.
A descoberta, que já foi publicada na revista científicaJournal Of Cell Biology, contraria "a ideia geral de que a ubiquitina é apenas uma proteína que promove a destruição de proteínas danificadas ou com erros", sublinha a UC.
No estudo, os autores detectaram que "a ubiquitina atrai todos os recursos necessários à formação de novas sinapses, sendo essencial para a comunicação neuronal".
"Algumas proteínas que se acumulam nos neurónios têm uma pequena 'cauda' feita de várias ubiquitinas", como que "atreladas", refere Maria Joana, primeira autora do artigo, citada pela UC.
"Neste trabalho descobrimos que a acumulação destas proteínas contribui para a comunicação neuronal, porque as suas 'caudas' de ubiquitinas funcionam como um 'íman'" que atrai e organiza "correctamente os recursos dessa comunicação", acrescenta Maria Joana.
"Decidimos arriscar uma abordagem pouco convencional e investigar o processo pelo qual a maquinaria de destruição das células contribui para o desenvolvimento do sistema nervoso", explica Ramiro Almeida, líder da equipa que desenvolveu a investigação.
Surpreendentemente, "à luz do conhecimento actual, observámos um aumento extraordinário do número de sinapses nos neurónios de ratosinvitro, em contexto de experimentação laboratorial", sublinha Ramiro Almeida.
O resultado obtido sugere que a 'ubiquitina', "para além da sua tarefa de degradação, tem um outro papel "construtivo" que explica o aumento de sinapses obtido", sustenta o investigador.
As conclusões desta investigação, desenvolvida ao longo de quatro anos, contribuem para a compreensão dos mecanismos de formação de sinapses, a estrutura responsável pela passagem de informação no sistema nervoso, destaca a UC.
Além disso, essas conclusões poderão também auxiliar a comunidade científica a "encontrar novas abordagens para os casos de autismo, esquizofrenia, atrofia muscular espinhal e, principalmente, a síndrome de Angelman".
O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela União Europeia através das iniciativas Marie Sklodowska-Curie.
Portugueses identificam mecanismo de comunicação entre neurónios
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