Bruxelas definiu o número de indivíduos que cada país irá receber através do PIB, população total, taxa de desemprego e pessoas já acolhidas
O primeiro-ministro português defendeu esta sexta-feira que quer realismo na meta do número de refugiados a acolher por Portugal, afirmando que o Governo quer um ajustamento dos critérios que indicam que o país deverá acolher 2.400 pessoas.
"Portugal manifestou já o seu apoio a uma abordagem solidária entre os Estados-membros, mas sinalizamos que precisamos de ter em conta um melhor ajustamento dos critérios usados pela Comissão Europeia, de modo a haver mais realismo, uma melhor adequação à realidade nacional", disse Pedro Passos Coelho aos jornalistas no final da cimeira europeia de dois dias que decorreu em Bruxelas.
A Agenda para a Migração foi um dos temas que dominou o conselho europeu destas quinta e sexta-feira, em Bruxelas, com a reunião a dedicar várias horas à discussão da proposta da Comissão Europeia para o acolhimento de migrantes, o que motivou mesmo intervenções emocionais, caso da do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, devido a vários países rejeitarem quotas obrigatórias de acolhimento de refugiados.
No final, os chefes de Estado e de Governo dos 28 aprovaram repartir entre si 60 mil refugiados nos próximos dois anos. Desses, 40.000 refugiados da Síria e Eritreia que estão na Grécia e na Itália serão relocalizados pelos países da UE, que receberão ainda temporariamente 20 mil refugiados que estão hoje em situações de emergência, sobretudo no norte de África, no Corno de África e no Médio Oriente.
No entanto, os Governos dos 28 aceitaram apenas que o acolhimento desses refugiados seja feito com base em quotas voluntárias, rejeitando a proposta da 'Comissão Juncker' de quotas obrigatórias, com o número de pessoas a acolher definido à partida.
O método de repartição dos migrantes será agora discutido e decidido em Julho pelos Ministros do Interior, com o primeiro-ministro português a dar conta então de que o seu Executivo quer uma adequação dos critérios que definem a meta de quantos refugiados cada país deverá acolher, o que poderá levar à redução do número de migrantes a acolher por Portugal.
A proposta da Comissão Europeia, apresentada em maio, estima que Portugal deverá receber 1.701 refugiados ao abrigo do mecanismo de realocação e 704 pelo mecanismo temporário de reinstalação.
Bruxelas chegou aos números de Portugal, como dos outros Estados-membros, através de quatro critérios: Produto Interno Bruto (PIB), população total, os critérios principais (com uma ponderação de 40% cada um), e ainda taxa de desemprego e refugiados já acolhidos (com uma ponderação de 10% cada um).
Passos quer realismo no número de refugiados para Portugal
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A condenação do CSMP assenta na ultrapassagem das limitações estatutárias quanto à duração dos mandatos e na ausência de fundamentos objetivos e transparentes nos critérios de avaliação, ferindo princípios essenciais de legalidade e boa administração.
A frustração gera ressentimento que, por sua vez, gera um individualismo que acharíamos extinto após a grande prova de interdependência que foi a pandemia da Covid-19.