O empresário norte-americano Martin Ford, autor do livro Robôs, A Ameaça de um Futuro sem Emprego, lançado hoje em Portugal, defende que os efeitos da tecnologia nas sociedades podem provocar situações de desemprego sem precedentes
No livro, Robôs, A Ameaça de um Futuro sem Emprego, que acaba de ser publicado em Portugal, Martin Ford alerta para os perigos do mau uso da tecnologia e da automatização aplicada "com uma rapidez" sem precedentes.
"O ponto de partida do livro é o avanço da tecnologia. Os robôs incluem programas de computador que vão ter um grande impacto em várias áreas profissionais, incluindo aqueles grupos de pessoas com mais formação académica", disse à Lusa Martin Ford, em entrevista telefónica.
O empresário norte-americano desoftwareexplicou que as máquinas estão "a roubar" os empregos aos cidadãos e sublinhou que, nos Estados Unidos e em economias avançadas, a maior "disrupção" vai verificar-se no sector dos serviços.
Para Martin Ford, esta tendência é já evidente em áreas como as das caixas de levantamento automático de dinheiro e pagamento automático nos supermercados, mas, acrescentou, a próxima década vai assistir a uma explosão de novas formas de automatização no sector dos serviços, pondo potencialmente em risco milhões de postos de trabalho com salários relativamente baixos.
"O candidato republicano Donald Trump, aqui nos Estados Unidos, fala muito sobre a situação económica, quando, na verdade, as pessoas também estão a ser afectadas pela tecnologia. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, as pessoas não vêm aumentar os seus rendimentos por causa da tecnologia e depois responsabilizam a emigração. Em parte, é a tecnologia que está a criar desemprego e os estados de ansiedade na sociedade", argumentou Martin Ford, a partir de Silicon Valley, na Califórnia.
Além dos serviços, o autor refere-se também aos "robôs trabalhadores altamente versáteis" que são utilizados em grande escala em unidades industriais, substituindo as funções que até agora requeriam a utilização de trabalhadores assalariados.
"Tomemos também por exemplo os automóveis não tripulados que estão a ser desenvolvidos neste momento. Milhões de empregos podem ser postos em risco caso se verifique a implementação deste tipo de veículos. Até ao momento, os camionistas pertencem a um grupo profissional importante. Imaginemos o impacto que os veículos não tripulados podem provocar no ramo dos transportes", exemplificou.
Ford manifestou a convicção de que a questão vai transformar-se a médio prazo num assunto político, porque, "cada vez mais", as máquinas vão desempenhar mais funções para prejuízo dos trabalhadores, sendo que o advento dos projectosstartup nas áreas da informática pode deteriorar ainda mais a situação.
"Para pessoas que querem começar negócios, é evidente que as startups' são uma saída, mas, na verdade estas, empresas não contratam muita gente e é evidente também que a tecnologia que passam a desenvolver em determinado local vai acabar com empregos noutros sítios", lamentou o autor do livro.
Segundo a análise de Ford sobre o aumento da robotização, a criação de nova legislação ou regulação não resolve o problema, porque ao nível tecnológico as restrições impostas num determinado ponto podem ser permitidas noutro lugar algures no mundo, facto que pode tornar as coisas ainda mais difíceis ao nível da competitividade.
"Além do mais, não se pode parar o progresso", acrescentou, sugerindo como possível solução a aplicação da tecnologia em áreas de apoio social ou no sector da saúde e que não afectem o mercado de trabalho.
"Se a economia for afectada pelo desemprego ninguém vai ter dinheiro para gastar, como é o caso com a crise financeira em Portugal. As coisas podem piorar por causa da tecnologia", referiu.
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