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Os militares portugueses que vão passar o primeiro Natal no Mali

A tenente Rute Leal também passou o seu 39.º aniversário em África. 66 militares integram missão das Nações Unidas

Uma das seis militares portuguesas integradas na missão de paz das Nações Unidas no Mali, a tenente Rute Leal, vai passar o primeiro Natal longe da família, destacada num país africano que vive em situação de emergência.

"Sou casada e tenho duas filhas, uma com seis e outra com dois anos, e é difícil, mas quando gostamos do que fazemos a coisa faz-se", disse a militar da Força Aérea no campo Bifrost, um aquartelamento gerido pelas forças portuguesas perto do aeroporto de Bamako.

A tenente Rute Leal cumpriu 39 anos já no Mali, há pouco mais de dez dias, a 2 de Dezembro, e é a responsável pela manutenção do C-130H da Esquadra 501 "Bisontes" destacada - juntamente com 66 militares - para a MINUSMA (Missão Integrada Multidimensional de Estabilização das Nações Unidas no Mali).

"Faço parte da manutenção do C-130, portanto a nossa missão aqui é preparar e deixar a aeronave disponível para as diversas missões. (...). Preparamos a aeronave para receber cargas e pessoas", explicou a militar portuguesa.

Se a equipa da tenente Rute Leal prepara o C-130 para operar e receber carga e pessoas, o tenente dos para-quedistas (Exército) Márcio Batista coordena o grupo de seis militares do Exército que prepara as cargas para lançamento.

"Nós confeccionamos a carga para que o avião não tenha de aterrar. Descemos a rampa e a carga sai", disse o tenente Batista, explicando que a carga chega ao solo - incluindo viaturas - em para-quedas especiais. As cargas largadas podem chegar a uma tonelada", acrescentou.

Também o tenente Baptista é um estreante em missões internacionais. Aos 24 anos e solteiro diz que no primeiro Natal longe da família vai telefonar à namorada.

Os 66 militares portugueses integrados na MINUSMA são na sua grande maioria da Força Aérea (seis são para-quedistas, do Exército). Esta missão portuguesa no Mali tem a duração de seis meses e visa substituir a Força Aérea da Noruega em operações de transporte aéreo logístico de mercadorias, com o objectivo de cobrir todo o país.

Outra das mulheres portuguesas integrada na MINUSMA é a primeiro-sargento Delphine Freitas, enfermeira da Força Aérea Portuguesa na MINUSMA.

Natural do Porto, a sargento Freitas chegou ao Mali há duas semanas e também vai passar o Natal em África, longe da família.

"Passar o Natal fora vai ser a primeira vez e não tenho dúvidas de que vai ser difícil. Mas a verdade é que a Força Aérea acaba por ser uma família que aqui criamos e tenho a certeza que vai permitir esquecer um pouco as saudades de casa e passar um Natal diferente", afirmou a sargento, de 28 anos.

A sargento Freitas não tem filhos, mas admite que se os tivesse pensaria duas vezes antes de se dar como voluntária para uma missão de risco como no Mali.

"Para já, não me faz grande confusão porque ainda não tenho filhos, mas um dia que os tiver - ainda por cima numa altura como no Natal - sei que pensarei duas vezes", assumiu.

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