Luís Neves diz que só vai prestar declarações sobre a 'pen-drive' encontrada em São Bento quando for chamado ao parlamento.
O diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, disse hoje que só vai prestar declarações sobre a 'pen-drive' encontrada em São Bento, no âmbito da Operação Influencer, quando for chamado ao parlamento, em audição requerida pelo Chega.
Pedro Catarino
"Há dois pedidos para eu e outras pessoas irmos ao parlamento e, por isso, pelo respeito que tenho pelo parlamento, será lá que direi o que sei ou o que não sei sobre este caso", afirmou, sublinhando ter tido conhecimento do caso na quarta-feira através da comunicação social.
Luís Neves, que falava aos jornalistas à margem da tomada de posse do novo diretor do Departamento de Investigação Criminal da Madeira da Polícia Judiciária, no Funchal, reagia assim às notícias sobre a apreensão de uma 'pen-drive' com uma lista de agentes dos serviços de informações num cofre no gabinete de trabalho Vítor Escária, antigo chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro António Costa, em novembro de 2023.
A notícia foi divulgada na quinta-feira pela revista Sábado e, nesse dia, o Chega anunciou ter requerido a audição urgente do diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) e do secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), considerando tratar-se de uma situação de "extrema gravidade" devido "às suas potenciais implicações para a segurança nacional, transparência e confiança nas instituições".
Hoje, no Funchal, Luís Neves remeteu explicações sobre o caso para quando for chamado ao parlamento.
O diretor nacional da Polícia Judiciária reagiu também ao facto de o Ministério Público ter acusado de homicídio o agente da PSP envolvido na morte de Odair Moniz no bairro da Cova da Moura (Amadora), distrito de Lisboa, afirmando que tal não prejudica a relação entre as duas polícias.
"Os comportamentos são individuais, não vinculam uma instituição", disse, acrescentando: "O que tenho dito, porque sinto (...) é que nós hoje temos uma relação com os nossos camaradas da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana como nunca tivemos, há relações de confiança, há relações de apoio mutuo e não é um caso, que é a Justiça que o está a levar, que beliscará o mínimo essa relação."
Luís Neves sublinhou que a relação entre as várias polícias nunca foi tão "franca, leal e aberta" como atualmente.
O diretor nacional da PJ abordou também a operação desencadeada na Madeira em janeiro de 2024 que levou à queda do Governo Regional e à constituição de arguido do seu presidente, Miguel Albuquerque, afirmando ser positivo que não se conheçam novos avanços na investigação.
"Ainda bem que não se sabe. Quem tem de saber é quem é responsável pela investigação. Portanto, é bom sinal que não saibam mais nada", disse aos jornalistas, para logo reforçar: "Todas as operações que nós fizemos, em todo o lado, continuam a ser investigadas por nós até que seja remetido ao Ministério Público para uma decisão relativamente à prolação de despacho".
Momentos antes, no discurso de tomada de posse do novo diretor PJ na Madeira, Luís Neves tinha afirmado que o segredo de justiça é uma das áreas a "defender e privilegiar".
"Há o segredo de justiça, há a presunção de inocência, há o direito das pessoas e isso, direitos humanos, tem de ser o primeiro pilar a ser respeitado", declarou.
O Departamento de Investigação Criminal da Madeira da Polícia Judiciária é agora liderado por José Matos, em substituição de Ricardo Tecedeiro.
O novo diretor regional da PJ disse que vai colocar o foco principal na investigação criminal, mas sem descurar as questões de gestão administrativa e de pessoal.
"Vou tentar colaborar com a experiência que tenho para, em conjunto com as pessoas que aqui estão, tentar manter o nível e a exigência que foi mantida no departamento da Madeira", afirmou José Matos.
Operação Influencer. Diretor nacional da PJ remete explicações para audição no parlamento
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