O bispo Américo Aguiar afirmou-se durante a cerimónia de ordenação episcopal como um homem de "pontes".
O bispo Américo Aguiar, hoje ordenado bispo auxiliar de Lisboa, afirmou-se durante a cerimónia de ordenação episcopal como um homem de "pontes", garantindo que continuará sempre "matrimonialmente ligado à diocese do Porto".
"Há bocadinho entreguei ao sr. presidente da Câmara [do Porto] um anel de bispo, deixei-lhe este símbolo para dizer ao Porto que me sinto matrimonialmente ligado à minha amada diocese do Porto, ninguém troca nada por nada", disse Américo Aguiar às muitas centenas de pessoas -- entre as quais o primeiro-ministro, António Costa - que compareceram na Igreja da Santíssima Trindade, na cidade invicta, para assistirem à sua ordenação.
Afirmando que sempre se sentiu "muito bem a fazer pontes", o bispo recordou, numa curta intervenção de cinco minutos já no final da cerimónia de ordenação, que teve a duração de duas horas: "Quando era jovem e me meti na política fiz pontes entre a direita e a esquerda, depois fiz pontes entre o Porto e Lisboa, ando a fazer pontes entre o Benfica e o Porto, e penso que uma das nossas vocações é verdadeiramente estabelecermos pontes, não sermos construtores de muros, de obstáculos", sustentou.
Uma ideia corroborada pelo primeiro-ministro, António Costa, que à saída da Igreja da Trindade, descreveu também Américo Aguiar como "um homem de pontes". "E bem precisamos", disse, acrescentando: "Como disse D. Américo, é preciso muitas pontes".
Algum tempo antes, questionado pelos jornalistas à entrada para a cerimónia, o chefe de Governo disse ter "o privilégio de ser amigo" de Américo Aguiar, por quem nutre "grande estima e admiração" e a quem fez "votos das maiores felicidades nas novas funções".
Relativamente à sua ida para Lisboa, o novo bispo apontou as "culpas" ao Papa Francisco -- que o nomeou no passado dia 01 de março e assumiu que o foi "buscar ao Porto" - mas sobretudo a "D. Manuel Clemente [antigo bispo do Porto e atual cardeal patriarca de Lisboa] e mais alguns".
Embora sem se referir diretamente à morte da sua mãe, que ocorreu na véspera da ordenação e cujo funeral decorreu hoje de manhã, Américo Aguiar assumiu que "nestes dias" ficou "a saber que Nosso Senhor não brinca em serviço": "Quando decidi escolher o tema 'In manus Tuas' [Nas tuas mãos] não tinha consciência do que ia passar nestas 24 horas. E entendi que 'In manus Tuas' se é para levar a sério, é para levar a sério", disse.
Garantindo ter "o Porto e Lisboa no coração", o novo bispo despediu-se dos presentes com um "até um dia destes, um abraço, muito obrigado", terminando a intervenção precisamente com o lema episcopal que escolheu: 'In manus Tuas', as últimas palavras de Jesus na cruz, em homenagem ao antigo bispo do Porto António Francisco dos Santos, que o adotou também.
Américo Aguiar, de 45 anos, foi hoje ordenado bispo auxiliar de Lisboa, com o título de Dagno, trinta dias após ter sido nomeado pelo Papa Francisco, a 01 de março.
O novo bispo era membro do presbitério da diocese do Porto e preside, desde 2016, ao Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia e, nos últimos oito anos, à Irmandade dos Clérigos, na cidade invicta.
Natural de Leça do Balio, em Matosinhos, ingressou no seminário em 1995 e foi ordenado presbítero em 2001, pelo então bispo do Porto, Armindo Lopes Coelho.
Américo Aguiar é licenciado em Teologia e mestre em Ciências da Comunicação, ambas pela Universidade Católica Portuguesa.
Entre 2004 e 2015 foi vigário geral e chefe do Gabinete de Informação da Diocese do Porto, tendo ainda sido chefe de gabinete dos bispos do Porto Armindo Lopes Coelho, Manuel Clemente e António Francisco dos Santos e capelão-mor da Misericórdia do Porto.
Em 2017 foi nomeado cónego do Cabido Portucalense.
Atualmente, o novo bispo auxiliar de Lisboa é também diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, e é um dos responsáveis pela organização da Jornada Mundial da Juventude que vai decorrer em Lisboa, em 2022.
Novo bispo auxiliar de Lisboa assume vocação de "fazer pontes"
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.