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Mugabe deixa “nódoa indelével” no registo dos direitos humanos

06 de setembro de 2019 às 19:00
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"Ao mesmo tempo que se intitulava salvador do Zimbabué, Robert Mugabe infligiu danos profundos ao seu povo", afirmou o vice-diretor regional da Amnistia Internacional.

Robert Mugabe, que morreu esta sexta-feira em Singapura aos 95 anos e governou o Zimbabué durante quase quatro décadas, deixa uma "nódoa indelével" no registo dos direitos humanos no seu país, considerou a Amnistia Internacional (AI).

Nos seus primeiros anos no poder, após a libertação do Zimbabué do domínio colonial britânico, Mugabe liderou uma política de grandes investimentos nos serviços sociais, e "áreas como a saúde e a educação viram enormes avanços, com o país a apresentar ainda hoje um dos mais elevados níveis de literacia em África", afirmou a organização não-governamental (ONG), em comunicado divulgado na sua página na internet. "Contudo, ele próprio apagou este seu registo", acrescentou a mesma nota.

Ao longo de 37 anos no poder, Mugabe liderou uma "repressão brutal dos opositores políticos e estabeleceu uma cultura de impunidade de si e dos seus apoiantes, enquanto o seu governo implementava uma série de políticas com consequências desastrosas", notou a AI.

"Ao mesmo tempo que se intitulava salvador do Zimbabué, Robert Mugabe infligiu danos profundos ao seu povo e à sua reputação", afirmou Muleya Mwananyanda, vice-diretor regional da AI para o Sul de África.

A ONG de defesa dos direitos humanos apela ao julgamento dos suspeitos do vasto número de crimes cometidos pelos apoiantes de Mugabe e pelos serviços de segurança do seu regime ao longo do seu exercício e até agora impunes.

"Mugabe deixa atrás de si cicatrizes permanentes do seu mandato brutal. Para seguirem em diante, os seus sucessores devem levar por diante um programa de cura nacional, a começar pela assunção da responsabilidade da violação dos direitos humanos. Os zimbabueanos merecem a verdade", disse Muleya Mwananyanda.

O ex-Presidente do Zimbabué Robert Mugabe morreu hoje aos 95 anos, cerca de dois anos após renunciar ao cargo, anunciou o atual chefe de Estado, Emmerson Mnangagwa.

Mugabe morreu num hospital em Singapura, rodeado pela sua família e pela sua mulher, Grace. O ex-Presidente do Zimbabué estava a receber tratamento médico na cidade asiática há cinco meses.

Mugabe nasceu em 21 de fevereiro de 1924. Na década de 1970 liderou uma campanha de guerrilha contra o Governo da ex-colónia britânica.

Em 1979, a então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher anunciou que o Reino Unido reconheceria oficialmente a independência da Rodésia, como era designado naquela altura o país. Mugabe foi eleito primeiro-ministro no ano seguinte.

Robert Mugabe deteve o poder no Zimbábue durante 37 anos, antes de ser derrubado num golpe de Estado em novembro de 2017, tendo sido substituído por Emmerson Mnangagwa, então seu vice-Presidente.

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