A França vota este domingo, dia 22, e dia 29 de Março em eleições regionais, num escrutínio que os analistas dizem esperar uma enorme subida da Frente Nacional de Marine Le Pen
A França vota a 22 e 29 de Março em eleições regionais, num escrutínio em que "se espera uma grande subida da Frente Nacional (FN) e uma abstenção muito importante", disse à Lusa o sociólogo francês Michel Wieviorka.
Para o autor do livro "Frente Nacional: entre extremismo, populismo e democracia", várias razões explicam a subida de popularidade da extrema-direita em França, a começar pela "incapacidade tanto da direita como da esquerda de responder à crise económica". "Depois, há um esgotamento do discurso político da direita e da esquerda, que não consegue mobilizar o eleitorado. Há ainda uma série de transformações sociais, como o facto de um grande número de pessoas ter deixado os centros e as periferias das cidades para zonas mais recuadas onde se sentem abandonadas", descreveu.
Michel Wieviorkaexplicou ainda que a líder da FN, Marine Le Pen, soube captar esse eleitorado quando fez "o apelo aos invisíveis e aos esquecidos", mas relembrou que devido às especificidades do escrutínio, a eventual subida do partido apenas se traduzirá na percentagem de votos à primeira volta e não num número de assentos conquistados nos departamentos.
Os franceses vão eleger os conselheiros de 98 departamentos (distritos administrativos). Como cada departamento está dividido em vários cantões, os eleitores vão votar directamente no seu cantão e os candidatos vencedores conquistam um lugar no chamado conselho departamental para um mandato de seis anos.
Para o investigador ligado à Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, em Paris, não é surpreendente que haja muitos nomes portugueses a figurar nas listas da Frente Nacional, ilustrando com a imagem do passageiro que entra num vagão de comboio vazio e que não vai gostar de o partilhar com cada vez mais gente.
"Em primeiro lugar, há um sentimento de pertença a um mundo que não é o mesmo daqueles que acabam de chegar. Depois, há o sentimento de se ter vivido coisas muito difíceis para se integrar. Por último, quando se está integrado pode-se querer vincar ainda mais essa integração. Sabemos muito bem que nos movimentos nacionalistas, os mais fervorosos defensores da identidade são os que acabam de chegar", concluiu.
Marine Le Pen pronta para subir nas eleições de hoje
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