Associação diz que o atual Governo comprometeu-se a "acelerar o processo".
Os Lesados do Banif acusam o Estado de uma década de promessas não cumpridas e pedem uma reunião ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, criticando a falta de resposta do atual Governo numa carta a que a Lusa teve acesso.
Lesados do Banif (2018)Lusa
Na missiva, os signatários começam por agradecer, de forma irónica, a atuação do Estado ao longo dos últimos dez anos, afirmando: "Agradecemos profundamente tudo o que os sucessivos Governos têm feito por nós ao longo dos últimos dez anos. Esse 'tudo', como Vossa Excelência bem sabe, tem sido absolutamente nada".
A associação que representa os lesados recorda vários anúncios e iniciativas governamentais desde a resolução do Banif, em dezembro de 2015, sublinhando que, apesar da criação de comissões, grupos de trabalho e relatórios, nunca foi encontrada uma solução concreta.
"Em suma, tudo foi feito... exceto a solução", lê-se na carta datada de 18 de dezembro.
Sobre o executivo de Luís Montenegro, os lesados relembram a reunião realizada em 03 de julho de 2024 no Ministério das Finanças, na qual, segundo a carta, representantes do Governo se comprometeram a "dar continuidade ao trabalho iniciado pelo Governo anterior", "acelerar o processo e, inclusive", acrescentam, fizeram "comentários irónicos sobre a inércia do Governo anterior".
No final, segundo os Lesados do Banif, prometeram uma nova reunião em setembro para apresentar "evolução concreta".
No entanto, garantem que esses compromissos não foram cumpridos. "Desde 03 de julho, nunca mais fomos recebidos", afirmam, acrescentando que "a reunião de setembro nunca aconteceu" e que não houve "nenhum contacto, nenhum esclarecimento, nenhuma agenda, nenhum avanço. Apenas silêncio".
Na carta enviada a Luís Montenegro, os lesados acusam o atual Governo de falhar até "com os compromissos assumidos presencialmente, olhos nos olhos, no próprio Ministério das Finanças", ao contrário do executivo anterior, que, dizem, falhou com promessas públicas.
Num tom crítico, os signatários reiteram a ironia do agradecimento, escrevendo: "Agradecemos a atenção que não nos foi dada. Agradecemos as reuniões que não ocorreram. Agradecemos a continuidade de um processo que não avança".
No final da carta, os lesados pedem ao primeiro-ministro que os receba e que cumpra as promessas feitas ao longo dos anos.
"Não pedimos privilégios. Pedimos apenas justiça. E a decência de uma resposta", concluem.
A resolução do Banif aconteceu em dezembro de 2015, por decisão do Governo e do Banco de Portugal, e, desde essa altura, os lesados têm pedido as indemnizações que resultaram das perdas dos investimentos de produtos financeiros.
Em dezembro de 2019, uma comissão de peritos nomeada pela Ordem dos Advogados encontrou "indícios de práticas ilícitas na venda dos produtos financeiros no Banif" e validou 2.330 pedidos, correspondentes a investimentos de cerca de 230 milhões de euros.
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