Nas eleições autárquicas de 2013, a CDU (constituída pelo PCP e pelo partido ecologista "Os Verdes") arrecadou 9,58% dos votos
O candidato da CDU à presidência da Câmara de Lisboa, João Ferreira, salientou hoje que as eleições autárquicas deste ano podem ser "o fecho de um ciclo" na capital, depois de 16 anos de gestão socialista e PSD/CDS-PP.
"As próximas eleições autárquicas poderão significar, em Lisboa, o fecho de um ciclo. Dezasseis anos depois, a opção é entre mais do mesmo ou o início de um novo ciclo, de mudança, de desenvolvimento e de progresso", disse o candidato, em conferência de imprensa, nos Paços do Concelho.
Segundo João Ferreira, que é vereador no município, a candidatura da CDU "corporiza esta oportunidade".
"Não chegámos hoje nem ontem.[...] E é sobre um terreno firme, seguro e confiável do trabalho realizado ao longo dos anos que erguemos os alicerces de uma futura governação da cidade", vincou.
Falando perante uma audiência de cerca de 50 pessoas, entre os quais militantes e deputados municipais, o candidato elencou que, durante estes dezasseis anos, as "políticas de urbanismo (...) deixaram a cidade à mercê do especulador imobiliário"; se "alargou o fosso social"; as "dificuldades no acesso à habitação expulsaram da cidade centenas de milhares de lisboetas, em especial jovens" e assistiu-se ainda à "degradação da actividade económica".
No que toca à mobilidade, "o transporte público chegou a uma situação deplorável, especialmente o Metro e a Carris" e os "problemas do trânsito e do estacionamento acentuaram-se".
Isso teve reflexos a nível ambiental, nomeadamente na qualidade do ar e do ruído, que "se mantêm a níveis muito insatisfatórios".
Ao mesmo tempo, verificou-se o "desmembramento e esvaziamento de serviços municipais essenciais e o desinvestimento noutros, da higiene urbana aos espaços verdes, passando pelo saneamento e a protecção civil", indicou.
João Ferreira criticou também que, "por regra, os interesses particulares sobrepuseram-se aos interesses colectivos", e aludiu a casos de "entrega a privados de património emblemático da cidade", como o cineteatro Capitólio, o Pavilhão Carlos Lopes, edifícios do Terreiro do Paço, zonas da frente ribeirinha e de Monsanto e terrenos do aeroporto e na Colina de Santana.
"Mas talvez a mais simbólica negociata (...) tenha sido a do caso Bragaparques", assinalou, falando na "partilha de responsabilidades" entre o PSD, CDS-PP e PS no processo de permuta e venda dos terrenos do Parque Mayer e Entrecampos, actos entretanto considerados nulos pelos tribunais.
Questionado pelos jornalistas sobre possíveis acordos de coligação pós-eleições, João Ferreira afirmou: "Temos por hábito, nas autarquias nas quais somos maioria, distribuir também pelouros às forças da oposição. Outros cenários, que poderão resultar das eleições, a seu tempo os iremos analisar".
Já sobre uma possível saída do Parlamento Europeu, onde é deputado, apontou que já a equacionou em 2013 - caso fosse eleito presidente da autarquia - e "agora não será diferente".
João Manuel Peixoto Ferreira, de 38 anos, biólogo de formação e doutorado em Ecologia, já encabeçou as listas da Coligação Democrática Unitária (CDU) para Lisboa (2013) e Bruxelas (2014).
Nas eleições autárquicas de 2013, a CDU (constituída pelo PCP e pelo partido ecologista "Os Verdes") arrecadou 9,58% dos votos, o equivalente a 22.519, conquistando assim dois mandatos - um deles pertence a João Ferreira e outro a Carlos Moura.
À frente ficou o PS - coligado com os movimentos "Cidadãos por Lisboa" e "Lisboa é muita gente", com 50,91% (116.425) dos votos e 11 mandatos, e a coligação PSD/CDS-PP, com 22,37% (51.156) dos votos e quatro mandatos.
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