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Jerónimo de Sousa: "Nada aconteceu"

03 de outubro de 2017 às 15:24
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O secretário-geral comunista garantiu que irá continuar por lutar pela reposição de direitos e rendimentos nas negociações do Orçamento do Estado para 2018, apesar das perdas autárquicas sofridas no domingo

O secretário-geral comunista reiterou hoje a continuação da reposição de direitos e rendimentos, juntamente com o Governo do PS nas negociações do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), sem olhar às perdas autárquicas sofridas nas eleições de domingo.

"Por nós falamos, para quem nos conhece, é claro que o PCP nunca determina a sua orientação, intervenção e propostas por qualquer resultado eleitoral. Estamos em fase de exame comum do OE2018. Não há mais nem menos que isso", afirmou Jerónimo de Sousa.

O líder do PCP falava aos jornalistas após uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sala das bicas do Palácio de Belém, em Lisboa.

"A relação de forças, politicamente, mantém-se na Assembleia da República. Nada aconteceu. É um bocado ousado confundir eleições autárquicas com outras eleições", argumentou o secretário-geral comunista sobre algum enfraquecimento da posição negocial.

A Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta comunistas, ecologistas e independentes, obteve o pior resultado de sempre em eleições autárquicas, baixando de 34 para 24 presidências de municípios, numa percentagem total de 9,5% dos votos. Já o PS garantiu o melhor resultado desde 1976, conquistando sozinho 159 das 308 câmaras.

"Vamos procurar manter esta linha de afirmação, proposta, construção, sempre com o objectivo de pensar nos trabalhadores e no povo português", disse ainda Jerónimo de Sousa, acrescentando que o próprio executivo socialista reconhece que a evolução económica positiva é resultante da reposição de rendimentos e direitos.

A CDU perdeu a liderança de nove municípios para o PS e uma para um movimento de independentes. Almada (Setúbal) e Castro Verde (Beja) foram dois dos municípios que estavam sob a sua liderança desde que se realizaram as primeiras eleições autárquicas em democracia e que passaram para os socialistas.