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Incêndios: pelo menos 60 pessoas foram detidas este ano

27 de julho de 2022 às 18:01
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Autoridades explicam que a maioria das pessoas foi apanhada em flagrante delito enquanto faziam "queimadas, porque entendem que as devem fazer, em dias de proibição".

Pelo menos 117 pessoas foram detidas este ano pelo crime de incêndio florestal e o uso do fogo em dias inadequados representa dois terços das causas investigadas, revelou a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais.

"É mesmo muito importante que as pessoas se abstenham de usar o fogo e máquinas nos dias críticos, porque estes representam mais de dois terços dos incêndios que têm as causas investigadas", disse à agênciaLusao presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF).

Tiago Oliveira deu também conta que este ano foram detidas pela Guarda Nacional Republicana e Polícia Judiciária 117 pessoas pelo crime de incêndio florestal e destacou o trabalho destas duas polícias, que "estão há muito no terreno a acompanhar as situações".

O responsável pela agência, que tem como missão a coordenação estratégica, sublinhou igualmente que a GNR, juntamente com a Força Aérea, está a fazer um trabalho de vigilância e dissuasão aérea "para apanhar as pessoas" que estão a fazer queimadas porque entendem que devem as fazer em dias de proibição.

"Têm que ser detidas naquele ato flagrante, porque é proibido e é crime. Aquele gesto que estão a fazer, que habitualmente no passado não gerava grandes problemas, mas agora, com as condições meteorológicas que temos e no estado da secura que existe e num dia de vento, pode fazer um incêndio de grandes dimensões e três quilómetros adiante até contribui para matar alguém", sustentou.

Tiago Oliveira frisou que é "mesmo muito importante que as pessoas se abstenham de utilizar o fogo e utilizar as máquinas e terem cuidado com o território".

O presidente da AGIF, que falava àLusano dia em que foi lançada uma campanha de sensibilização sobre o uso do fogo e medidas de autoproteção junto dos emigrantes que chegam a Portugal de férias, considerou que agosto "vai depender muito da existência ou não de ondas de calor", uma vez que o ano é seco, e "todos os cuidados são muito relevantes" e todos os portugueses devem adaptar os comportamentos quando se deslocarem para os espaços rurais no próximo mês.

"O dispositivo tem limitações, os recursos são finitos e daí estarmos sempre a apelar ao comportamento das pessoas para não usarem as máquinas nos dias mais difíceis, não utilizarem o fogo e queimadas", precisou ainda.

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