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El Castigador acusado de matar agente da justiça filipino

16 de setembro de 2016 às 09:51
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O relato de um homem, que se apresentou como assassino arrependido, no Senado das Filipinas, dando conta de que o Presidente Rodrigo Duterte matou um investigador do Ministério da Justiça, desencadeou hoje apelos a uma investigação

Edgar Matobato, 57 anos, ex-membro de um esquadrão da morte, contou, na quinta-feira, perante uma comissão do Senado filipino que, em 1993, Rodrigo Duterte "despejou dois carregadores de Uzi (pistola metralhadora)" sobre um certo Jamisola, agente do Departamento Nacional de Inquérito, que funciona sob a dependência do Ministério da Justiça.

Na sequência das explosivas declarações, a Human Rights Watch (HRW) instou hoje Manila a permitir uma investigação por parte das Nações Unidas.

"É crucial que as Nações Unidas sejam chamadas para liderar tal esforço", afirmou o director da HRW para a Ásia, Brad Adams, em comunicado, apontando que o Presidente das Filipinas não pode esperar investigar-se a si mesmo.

"São acusações graves e levamo-las a sério, vamos analisá-las", disse, por seu lado, o porta-voz adjunto do Departamento de Estado norte-americano Mark Toner, citado pela agência AFP.

Edgar Matobato revelou ainda no Senado que ele e um grupo de polícias mataram aproximadamente mil pessoas na cidade filipina de Davao, onde Rodrigo Duterte foi presidente da câmara entre 1988 e 2013.

Críticos consideram que as alegadas mortes em Davao estabeleceram um padrão que se espalhou por todo o país sob a nova presidência.

As acusações vieram a público numa altura em que o Senado das Filipinas investiga as mortes ocorridas no quadro da "guerra contra a droga", que já fez mais de 3.000 mortes nos primeiros 72 dias de Rodrigo Duterte como chefe de Estado.

Rodrigo Duterte é há muito acusado pelas organizações de defesa de direitos humanos de ter financiado esquadrões da morte em Davao.

Contudo, trata-se da primeira vez em que um testemunho tão preciso apoia essas mesmas alegações.

Duterte foi eleito para a presidência das Filipinas em Maio, após uma campanha populista durante a qual prometeu acabar em seis meses com o tráfico de droga.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.