"É verdade que a educação para os riscos é um processo cultural que tem de se consolidar e este trabalho está a ser feito", disse hoje à agência Lusa José Artur Neves, à margem de uma acção de sensibilização de emigrantes que entraram em Portugal pela fronteira de Vilar Formoso, Almeida, no distrito da Guarda.
O governante respondia à Lusa após ter sido questionado sobre a opinião hoje manifestada por vários investigadores que consideram que os incêndios florestais catastróficos de 2017 fizeram muitos portugueses perceber o risco real dos fogos, mas continuam por aprender muitas lições e devia haver auto-protecção, há desconhecimento e pânico.
"A educação para os riscos é algo estrutural que demora o seu tempo, que nós temos de disseminar também nos bancos das escolas, desde o início, e para isso estamos a trabalhar com o Ministério da Educação no sentido de, já no próximo ano, haver disciplinas associadas à protecção civil a vários níveis", acrescentou o governante.
José Artur Neves assegurou depois que "a estratégia nacional para uma protecção civil preventiva está em desenvolvimento".
Segundo o responsável, há uma comissão nacional presidida pela Secretaria de Estado da Protecção Civil que está a trabalhar há cerca de um ano para que até 2020 sejam implementadas "a todos os níveis" estratégias para "mitigar" os riscos que existem a nível nacional.
"E os cidadãos, que são os primeiros agentes de protecção civil, têm que ter a educação e a cultura de segurança que nós desejamos. É isso que nós estamos a trabalhar", afirmou.
Segundo o secretário de Estado da Protecção Civil, nesta matéria, o que chama mais a atenção são os fogos e alterar a floresta "vai demorar tempo".
O secretário de Estado da Protecção Civil participou hoje de manhã, na fronteira de Vilar Formoso, na campanha de segurança rodoviária "Sécur'Eté 2018: Verão em Portugal", promovida pela associação de jovens luso-descendentes Cap Magellan e destinada aos emigrantes que regressam a Portugal pelos principais eixos rodoviários na fronteira com Espanha.
Além da sensibilização rodoviária, a iniciativa tem também como objectivo a sensibilização dos emigrantes para a campanha Aldeia Segura, Pessoas Seguras que resultou de um protocolo assinado entre a Autoridade Nacional de Protecção Civil, a Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias