Oito em cada 100 bebés nascem com menos de 37 semanas de gestação e 1% tem menos de 1.500 gramas, sendo que os prematuros representam um terço da mortalidade infantil em Portugal.
A Fundação Europeia para os Cuidados do Recém-Nascido vai apresentar no Parlamento Europeu um projecto que visa harmonizar e melhorar os cuidados prestados aos bebés prematuros e reduzir as desigualdades entre os países na área da saúde neonatal.
"Vamos lançar no próximo dia 28, no Parlamento Europeu, os primeiros 'standards' europeus de saúde neonatal", que visam melhorar os cuidados que são prestados aos bebés prematuros e às suas famílias, disse à agência Lusa Paula Guerra, dirigente da Associação Portuguesa de Apoio ao Bebé Prematuro XXS, que é membro da fundação europeia.
O projeto "European Standards of Care for Newborn Heatlh", da European Foundation for Care of Newborn Infants (EFCNI), é uma colaboração europeia interdisciplinar de mais de 35 países para desenvolver padrões de cuidados em 11 grandes áreas da saúde neonatal, reunindo mais de 220 profissionais de saúde, representantes dos pais e especialistas da indústria.
"O desenvolvimento e publicação destes 'standards' é um importante passo para a harmonização do tratamento e cuidados prestados aos bebés prematuros e recém-nascidos doentes em toda a Europa", refere a XXS, em comunicado.
Paula Guerra participou activamente no projecto enquanto mãe de uma bebé que nasceu prematura e que hoje tem 17 anos.
"Foram quatro anos de trabalho para garantir uma boa qualidade de resposta às famílias e aos bebés prematuros", disse a cofundadora da associação XXS, fundada há 10 anos.
A dirigente da associação receia que, com o lançamento deste projecto, "Portugal vá perder o lugar de topo noranking como um dos países com as melhores práticas e os melhores resultados" na área da saúde neonatal.
"O que se tem verificado em Portugal ao longo dos últimos anos é, na verdade, alguma deterioração das condições necessárias à prestação dos cuidados a estes bebés que nascem prematuros", sublinhou.
Como "grandes preocupações", apontou a "falta de recursos humanos" e as condições de algumas unidades de cuidados intensivos neonatais, que estão "bastante velhas" e sem espaços acolhedores para os pais.
"Apesar de haver uma lei que diz que os pais podem estar 24 horas por dia com os seus filhos internados", isso não acontece porque "não há condições para os pais pernoitarem e ficarem com o seu bebé".
A este propósito, Paula Guerra contou que a XXS está há um ano e meio e pedir para ser recebida por quem está a desenhar o projecto do novo Hospital Todos os Santos para "perguntar se estão a precaver o desenho correto de uma Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais", que tem necessidades específicas, mas ainda não teve resposta.
A partir da década de 80, Portugal tem reduzido a taxa de mortalidade infantil e melhorado os cuidados prestados às grávidas e aos recém-nascidos.
De acordo com o UE Benchmarking Report 2009/2010 da EFCNI, no início do milénio, Portugal e o Reino Unido eram os dois únicos países europeus com uma política definida para a saúde neonatal e cuidados prestados aos bebés prematuros.
Em Portugal, nascem anualmente cerca de 8.000 prematuros e 10% ficam internados, em média, 60 dias em unidades de cuidados intensivos.
Fundação europeia apresenta projecto para harmonizar cuidados a prematuros
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