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Forças de segurança. Movimento Zero e INOP mobilizam-se para protesto

Lusa 02 de julho de 2024 às 15:05
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Movimentos inorgânicos de elementos da PSP e da GNR vão responder à convocatória do Chega para uma manifestação no dia 4.

Movimentos inorgânicos de elementos da PSP e da GNR, bem como algumas estruturas sindicais, estão a mobilizar-se para a Assembleia da República na quinta-feira, respondendo à convocatória do Chega para o dia em que propõe um novo subsídio.

Polícias do Movimento Zero protestam em silêncio em cerimónia da PSP
Polícias do Movimento Zero protestam em silêncio em cerimónia da PSP MIGUEL A. LOPES/LUSA

"O Movimento Zero apela a cada um de vós para que estejam presentes em frente à Assembleia da República. É uma oportunidade única para fazer ouvir a nossa voz, para exigir respeito e melhores condições de trabalho. A nossa mobilização pode fazer a diferença", publicou nas redes sociais aquela estrutura inorgânica da PSP e GNR.

No fim de semana, o presidente do Chega apelou a todos os polícias e forças de segurança para que "se mobilizem e compareçam no parlamento" na quinta-feira, data em que o partido apresentará um projeto de lei que prevê um subsídio adicional para aqueles profissionais.

Em causa está a discussão de "projetos de lei e resoluções que têm um impacto direto nas nossas vidas e no desempenho das nossas funções", refere o Movimento Zero, considerando que os diplomas "são de extrema importância para a dignificação e valorização" da classe.

Também o Movimento INOP, outra estrutura inorgânica que surgiu na plataforma Telegram em janeiro, se associou a esta causa: "A presença de todos é vital para demonstrarmos união e determinação na luta pelos nossos direitos".

As principais associações representativas da GNR e a PSP demarcaram-se da convocatória feita pelo Chega por existirem negociações em curso com o Governo para o aumento do subsídio de risco.

O Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP), que integra a plataforma e um dos sete sindicatos da PSP que tem direito a negociar com o Governo, comunicou a realização de uma concentração de agentes, por considerar que o debate deve ser acompanhado pelos seus associados.

"Antes de a posição [a convocatória] ser assumida pelo Chega", o SIAP "já tinha feito esse apelo para os polícias comparecerem", afirmou à Lusa o vice-presidente do SIAP Rui Neves.

"Nós apelamos aos nossos sócios para irem para lá em cumprimento estrito das regras" e "assistimos nas galerias ou assistimos cá fora, se as galerias estiverem cheias", afirmou o dirigente, salientando que o SIAP comunicou a realização de uma concentração.

"Com o Estado de direito em que vivemos, sempre que há uma concentração e é obrigatório haver uma comunicação e nós fizemos essa comunicação por uma questão de salvaguarda das pessoas se poderem reunir cá fora", explicou Rui Neves.

Também o Sindicato Vertical de Carreiras de Polícia, que não integra a plataforma e não tem direito negocial com o Governo devido ao reduzido número de associados, se associou à ação.

Num comunicado, o sindicato apela "à deslocação em massa dos polícias, familiares e sociedade em geral, quer para assistência da sessão plenária no interior do parlamento, quer para permanência no perímetro exterior" e promete um "reembolso equivalente a 50% do valor total do título de transporte" aos associados que compareçam.

As negociações entre o Governo e os sindicatos da PSP e associações da GNR sobre a atribuição de um subsídio de risco permanecem, ao fim de três meses, sem acordo depois de o MAI ter proposto um aumento de 300 euros no suplemento de risco da PSP e GNR, valor que seria pago de forma faseada até 2026, passando o suplemento fixo dos atuais 100 para 400 euros, além de se manter a vertente variável de 20% do ordenado base.

Como contraposta, a plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR, que inicialmente pediu 600 euros de aumento, propõe agora um aumento de 400 euros pago em três vezes: 200 euros este ano, 100 euros em 2025 e outros 100 em 2026.

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