O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano considera a situação "muito perigosa" e apelou a uma "reação forte" dos aliados.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano disse hoje que o envolvimento de militares norte-coreanos no conflito com a Rússia abre uma possibilidade de escalada, considerando a situação "muito perigosa" e apelando a uma "reação forte" dos aliados.
AMPE ROGÉRIO/LUSA
Andrii Sybiha falava em entrevista à Lusa em Luanda, tendo incluído Angola no seu périplo África e Médio Oriente, no decurso do qual pretende promover a fórmula de paz e consolidar o apoio humanitário e energético à Ucrânia.
"Estamos a falar de uma possibilidade de escalada, não estamos a falar de mercenários, mas de unidades militares bem preparadas da Coreia do Norte", avisou.
Segundo o serviço de informações militares da Ucrânia, soldados norte-coreanos foram enviados para a região fronteiriça russa de Kursk, onde as tropas ucranianas controlam centenas de quilómetros quadrados, preocupando a comunidade internacional.
Os deputados russos votaram por unanimidade, na quinta-feira, a ratificação do "Tratado de Parceria Estratégica Abrangente" com a Coreia do Norte, que prevê a assistência mútua em caso de agressão armada por parte de um país terceiro.
"Claro que os russos tentam encontrar qualquer opção que os ajude a mudar o jogo no campo de batalha. Aproximaram-se do Irão, por exemplo, para lhes oferecer mísseis balísticos. Agora envolvem-se com as unidades militares da Coreia do Norte", comentou o chefe da diplomacia ucraniana, afirmando que "é realmente uma situação muito perigosa".
"Podemos estar a falar de uma escalada, uma escalada de alto risco nesta guerra contra a Ucrânia", frisou, apelando a "uma reação forte" por parte dos aliados de Kiev.
O ministro ucraniano acusou também os russos de estarem a tentar cortar a energia do país, atacando infraestruturas de energia, havendo "fortes evidências" de que estão a preparar ataques contra objetivos nucleares.
"É um grande risco de incidente nuclear e neste caso, as distâncias não importam. Precisamos de uma voz forte em apoio à posição da Ucrânia, para prevenir estes ataques", exortou.
O chefe da diplomacia ucraniana mencionou também os ataques recentes contra a infraestrutura portuária, na região de Odessa, que afetaram o funcionamento do corredor verde -- por onde são escoados os cereais ucranianos - e a navegação para o mar Negro.
"Também precisamos de uma voz forte dos países africanos, porque eles estão interessados no fornecimento dos nossos produtos agrícolas da Ucrânia. E para os fornecer, precisamos de navegar no mar Negro", destacou.
Andrii Sybiha enquadrou a recente visita da primeira-dama ucraniana a Portugal, esta semana, nos esforços diplomáticos de Kiev, já que a Ucrânia pretende sempre "informar diretamente os parceiros sobre as atrocidades dos russos" e as suas consequências.
"Precisamos aumentar o preço que a Rússia paga para continuar com essa agressão brutal contra a Ucrânia", vincou o ministro, considerando que as sanções contra a Rússia são eficazes, não obstante algumas falhas, que a Rússia tem tentado contornar.
São "um dos instrumentos mais eficazes para forçar a Rússia a negociar", considerou, adiantando que esta política precisa de "ser fortalecida".
"E também precisamos da solidariedade de outros países", complementou o ministro ucraniano, o primeiro a visitar Angola desde que os dois países estabeleceram relações diplomáticas, em 1994.
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