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Curdos do PKK reivindicam atentado contra polícia turca

09 de junho de 2016 às 18:22
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Comunicado da ala militar do movimento independentista curdo assumiu a autoria do atentado de quarta-feira: "Foi perpetrado um ataque suicida de grande envergadura contra a sede da polícia do Estado fascista em Midyat por um dos nossos camaradas"

O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) reivindicou o atentado de quarta-feira na Turquia que provocou seis mortos incluindo três polícias.

 

"Foi perpetrado um ataque suicida de grande envergadura contra a sede da polícia do Estado fascista em Midyat por um dos nossos camaradas", referiu em comunicado a ala militar do movimento independentista curdo, que desde 1984 combate o Estado central turco. 

 

O ataque em Midyat, cidade do sudeste da Turquia, registou-se um dia após o atentado em Istambul, também com viatura armadilhada, que provocou 11 mortos, incluindo seis polícias. Esta acção não foi reivindicada, mas o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan atribuiu-a de imediato ao PKK. 

 

Numa primeira reacção o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, rejeitou a possibilidade de retomar o diálogo com a formação curda, num país onde têm ocorrido diversos ataques ligados aos grupos jihadistas ou ao recomeço do conflito curdo, que provocaram dezenas de mortos e afectaram seriamente o turismo, sector decisivo da economia. 

 

Em paralelo, a polícia de intervenção turca disparou esta quarta-feira balas de borracha para dispersar uma manifestação em Istambul com centenas de pessoas que decidiram demonstrar o seu apoio ao líder do principal partido da oposição, e que se diz ameaçado de morte.

 

Kemal Kiliçdaroglu, chefe do Partido republicano do povo (CHP, social-democrata) disse que foi atirado na sua direcção um cartucho de bala quando na quarta-feira assistia aos funerais dos polícias mortos no atentado da véspera em Istambul. 

 

Este incidente foi interpretado pelos responsáveis do CHP como uma ameaça de morte.

 

O sudeste da Turquia tem vindo a registar combates diários entre forças de segurança turcas e rebeldes, desde o reinício das hostilidades no verão de 2015, e que comprometeram as negociações de paz entre Ancara e o PKK para pôr termo a uma rebelião que desde 1984 provocou cerca de 40.000 votos.  

 

As operações efectuadas pelo exército para neutralizar os militantes do PKK, que ergueram barricadas em diversas localidades desta região com maioria de população curda e proclamaram uma "revolta urbana", provocou centenas de mortos entre a população civil e o êxodo de milhares de pessoas.

 

Centenas de rebeldes foram mortos pelas forças de segurança, que também registaram numerosas perdas nas suas fileiras.