Maioria dos centros de procriação assistida reduziu a atividade em 75% a 100%, estimando-se que possam ter sido cancelados ou adiados 2.900 ciclos de tratamento.
As consequências da pandemia de covid-19 na Procriação Medicamente Assistida (PMA) podem ser devastadoras e irreversíveis se não forem tomadas medidas urgentes, face à interrupção dos tratamentos, advertiu hoje a entidade que regula esta prática.
Um inquérito hoje divulgado pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) revelou que a maioria dos centros reduziu a atividade em 75% a 100%, estimando-se que possam ter sido cancelados ou adiados aproximadamente 2.900 ciclos de tratamento.
No caso dos centros públicos, a estimativa é que a suspensão ou redução da atividade se repercuta em "até oito meses adicionais de tempo de espera", de acordo com o relatório hoje divulgado.
"Se a resposta era já claramente insuficiente para as necessidades, os últimos meses agravaram esta situação a um ponto crítico que obrigará a todos quantos têm responsabilidade na definição de prioridades nas políticas de saúde a tomar medidas urgentes para salvaguardar o futuro da PMA no SNS em Portugal", defende, em comunicado, o Conselho Nacional.
Os resultados mostraram que quando comparada a atividade registada pelos centros de PMA em 2020 com os últimos anos no período homólogo (de março a agosto), se verifica "uma quebra brutal da atividade assistencial", com uma variação no último ano de menos 48% no setor público e de menos 33% no privado.
"A moratória de seis meses concedida para garantir o direito de acesso aos tratamentos programados a todas as beneficiárias que, por força da perturbação da atividade dos centros, ultrapassaram o limite de idade para acesso aos tratamentos de PMA, revela-se agora claramente insuficiente para alcançar a recuperação da capacidade de resposta, em particular no setor público", defendem os especialistas.
O CNPMA considerou que é urgente a definição de um plano especial de recuperação das listas de espera e de apoio à retoma da atividade destes centros, "com reforço de meios humanos e financeiros no SNS", e, caso se revele necessário, com o recurso à capacidade disponível fora do SNS, tal como está a ser equacionado para outros setores da área da saúde.
"Sem isto, o CNPMA teme que os efeitos da pandemia na atividade da PMA, sejam devastadores e irreversíveis", lê-se na declaração que acompanha a divulgação do estudo, realizado junto do próprios centros e que incidiu no impacto da pandemia nesta área, nomeadamente nos tratamentos de fertilidade, colheita de gâmetas de dadores terceiros e atividade de preservação do potencial reprodutivo.
Os resultados, que reportam ao período de 08 de março a 15 de agosto, refletindo um período inicial de suspensão quase generalizada da atividade e um período final de expectativa de retoma, situações essas que "poderão não refletir já a situação vigente", admite o conselho.
Covid-19: Conselho de Procriação Medicamente Assistida teme efeitos devastadores
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"