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COP26: Acordo obriga os países vulneráveis a endividarem-se ainda mais

15 de novembro de 2021 às 12:06
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"Os países ricos poluidores, mais uma vez, lavaram as mãos da sua responsabilidade pela criação de uma crise climática e traíram os países de baixo rendimento ao ignorarem os seus pedidos de compensação", disse esta segunda-feira a Organização Não-Governamental Comité para o Jubileu da Dívida.

A Organização Não-Governamental (ONG) Comité para o Jubileu da Dívida (CJD) defendeu esta segunda-feira que o acordo alcançado na COP26 obriga os países mais vulneráveis a endividarem-se mais para suportar uma crise que não criaram.

"Os países ricos poluidores mais uma vez lavaram as mãos da sua responsabilidade pela criação de uma crise climática e traíram os países de baixo rendimento ao ignorarem os seus pedidos de compensação", reagiu a diretora-executiva do CJD, Heidi Chow.

Numa nota enviada à Lusa, a diretora-executiva acrescentou: "Os países vulneráveis ao clima que já estão sujeitos a uma dívida crescente vão ser forçados a contrair mais dívida injusta para pagar por uma crise que não criaram, o que é um enorme murro no estômago para os países de mais baixo rendimento, já que os países mais ricos continuam a descartar responsabilidades para as comunidades e os países mais impactados, ao mesmo tempo que pioram quer a crise da dívida, quer a crise climática".

Para o CJD, o acordo alcançado na COP26, no fim de semana, é insuficiente para lidar com as alterações climáticas e mostra uma falta de solidariedade para com os mais desfavorecidos.

"Os países mais ricos já quebraram a promessa de dar 100 mil milhões de dólares por ano em financiamento climático até 2020 e agora usaram a sua influência para bloquear os pedidos de aumento de financiamento através de doações e não de empréstimos, e recusaram dar um único centavo pelas perdas e danos", acrescentou a responsável, na nota enviada à Lusa.

A 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) adotou formalmente, no sábado, uma declaração final com uma alteração de última hora proposta pela Índia, que suaviza o apelo ao fim do uso de carvão.

O documento final aprovado, que ficará conhecido como Pacto Climático de Glasgow, preserva a ambição do Acordo de Paris, alcançado em 2015, de conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC (graus celsius) acima dos níveis médios da era pré-industrial.

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