"Está em curso uma tentativa de desvirtuar o resultado destas eleições em Portugal e nós temos de estar muito atentos a isso", disse líder do Chega.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) vai analisar as suspeitas levantadas pelo presidente do Chega sobre a possibilidade de anulação propositada de votos no partido nas legislativas.
Lusa
"Vamos analisar esse assunto e depois, em função da informação disponível e dos factos que tivermos, ponderaremos [abrir investigação], mas ainda não foi apreciado", disse à agência Lusa o porta-voz da CNE, Fernando Anastácio.
O responsável acrescentou que o caso será avaliado numa das próximas reuniões da CNE.
No domingo, André Ventura voltou a referir as suspeitas sobre a possibilidade de anulação propositada de votos no partido nas legislativas e defendeu que a CNE devia investigar.
Nesse dia, a CNE indicou à Lusa que não tinha registo de queixa sobre qualquer tentativa de "desvirtuar o resultado" das legislativas de dia 10.
Fernando Anastácio escusou-se a comentar as denúncias feitas no sábado pelo presidente do Chega, mas esclareceu que não existia qualquer investigação ou inquérito sobre essa matéria.
No sábado, na Figueira da Foz, André Ventura alegou estar em curso uma tentativa para "desvirtuar o resultado" das eleições, que passaria por "anular os votos" do seu partido.
"Está em curso uma tentativa de desvirtuar o resultado destas eleições em Portugal e nós temos de estar muito atentos a isso", afirmou o dirigente, que disse ter relatos por parte de comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo de que existem boletins de voto que "não chegaram" ou "parece que só chegam a alguns e não chegam aos outros".
"Pelos consulados, dominados pelo PS e PSD pelo mundo fora, ouvimos chegar notícias de tentativas verdadeiras de boicote ao voto", disse, falando também em "vídeos que circulam permanentemente de pessoas a dizer que vão anular os votos do Chega e que vão condicionar os votos do Chega", sem concretizar.
Os círculos eleitorais dos emigrantes (Europa e Fora da Europa) representam apenas quatro eleitos (dois mais dois) num universo de 230 parlamentares e são normalmente obtidos pelos dois partidos mais votados, por distribuição pelo método de Hondt.
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O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.