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Campanha anti-terrorismo criticada nas redes sociais

A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) partilhou um dos cartazes de uma campanha anti-terrorismo mas a acção está a gerar uma onda de indignação no Brasil

Uma campanha anti-terrorismo da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que alerta para roupas e mochilas "destoantes do clima" para identificar terroristas, está a gerar uma onda de indignação nas redes sociais brasileiras.

Num cartaz, a agência indica que pessoas suspeitas de terrorismo "utilizam roupas, mochilas e bolsas destoantes das circunstâncias e do clima" e "agem de forma estranha e demonstram intenso nervosismo".

A publicação na rede social Facebook da ABIN, feita a 9 de Julho, conta com 8.707 partilhas e 1.977 comentários.

Uma dos internautas escreveu que tem "um filho com transtorno de ansiedade", que "quando sai procura sempre roupas que o protejam" e que "parece sempre bem nervoso na rua".

Em resposta às críticas, a organização explicou, numa nota colocada na rede social, que o cartaz faz parte da campanha de segurança para os Jogos Olímpicos 2016, que decorrem no Rio de Janeiro de 5 a 21 de Agosto.

O evento decorre durante o inverno brasileiro, quando as temperaturas descem um pouco.

Frisando que "o trabalho de prevenção é dificultado por não haver descrição, perfil ou comportamento" para identificar facilmente um terrorista, a ABIN sublinhou, contudo, que "a combinação de pequenos indícios pode ser evidência de comportamento associado à intenção de prática terrorista".

"O uso de roupas inadequadas ao clima ou o nervosismo extremo de um cidadão não consistem, isoladamente, em motivo para suspeita. No entanto, combinados com outros elementos aparentemente insignificantes e não merecedores de atenção, podem, de fato, representar alerta para as forças de segurança", lê-se no texto.

Entre os elementos, a agência exemplificou "a realização de fotografias dos sistemas de segurança de locais públicos, a presença de odores fortes de substâncias estranhas, a tentativa de ingresso em locais restritos a pessoal de segurança, entre outros"