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PS estima em 20,5 milhões o custo da isenção de portagens para residentes do Alentejo

Lusa 14 de novembro de 2025 às 13:52

Proposta de alteração ao Orçamento de Estado deverá ser aprovada, apesar da oposição dos partidos do Governo.

O PS estimou esta sexta-feira que a sua proposta de isenção de portagens para residentes do Alentejo terá um custo de 20,5 milhões de euros anuais e antecipou que deverá ser aprovada, apesar da oposição dos partidos do Governo.
Frederico Francisco, deputado do PS Instagram/Frederico Francisco
A proposta do PS de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 tem como objetivo isentar o pagamento de portagens na autoestrada A6 e nos troços da A2 que servem o Alentejo para residentes e empresas com sede na região. A Autoestrada 6 (A6) liga a zona da Marateca, no concelho de Palmela, distrito de Setúbal, e o Caia, perto de Elvas e da fronteira com Espanha, no distrito de Portalegre, atravessando vários concelhos do distrito de Évora. Já a A2 faz a ligação da zona da Marateca ao Algarve, passando por vários concelhos alentejanos do distrito de Setúbal e também pelo distrito de Beja. De acordo com cálculos do partido a que a Lusa teve acesso, o PS estima uma média diária de 7.000 veículos na A6 e 17.500 (13.500 excluindo o período entre junho e setembro) na A2, o que corresponde a receitas anuais estimadas de 45 milhões de euros e 115 milhões de euros, respetivamente, nos troços abrangidos. A estimativa considera, com base num estudo de procura para a linha ferroviária Lisboa/Sines -- Caia, onde está caracterizada a procura por transporte rodoviário, que 20% do tráfego da A6 são feitas por residentes. Para a A2, o partido assume que este valor desce para 10%, visto que uma "porção importante do tráfego é de atravessamento em direção ao Algarve, com acentuada sazonalidade, e efetuado por não residente na área de influência definida". Assim, os socialistas estimam que esta proposta terá um custo de cerca 20,5 milhões de euros anuais. À Lusa, o deputado do PS Frederico Francisco acrescentou que, uma vez que o Governo terá 100 dias para implementar a proposta, esta aplicar-se-ia apenas a partir de abril e o impacto orçamental real em 2026 seria de cerca de 15 milhões de euros. O parlamentar explicou que, dada a posição da generalidade de outros partidos a favor da eliminação de portagens, a expectativa do PS é de que a proposta venha a ser aprovada na especialidade (sendo, para isso, necessário o apoio do Chega), apesar da oposição dos partidos que apoiam o Governo (PSD e CDS-PP). "A generalidade dos outros partidos é favorável à eliminação de portagens. E até são favoráveis indo muito mais longe do que o PS alguma vez iria. Achamos que até há boas probabilidades desta medida vir a ser aprovada", frisou. Frederico Francisco adiantou também ter havido um pedido do PSD à Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) sobre o impacto desta proposta do PS, mas disse não ter ainda conhecimento de qualquer resposta com os cálculos desta unidade que presta apoio técnico aos deputados em matéria orçamental. Sobre a medida, o deputado frisou que os beneficiários terão obrigatoriamente de possuir um dispositivo Via Ver no veículo e defendeu que esta proposta assenta numa lógica de "justiça territorial", recordando que, no ano passado, foram abolidas portagens em várias zonas de baixa densidade populacional, deixando de fora o Alentejo.
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