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Passos "surpreendido" por se discutir reportagens da TV

17 de abril de 2015 às 13:22

No debate desta sexta-feira no Parlamento, o Partido Socialista atacou a política de saúde do Governo

O líder parlamentar do PS responsabilizou esta sexta-feiro o Governo por situações de "pavorosa indignidade" nas urgências hospitalares, com o primeiro-ministro a rejeitar essas críticas e a lamentar ter sido confrontado no Parlamento com uma reportagem televisiva.

 

Na sua segunda intervenção, no debate quinzenal, na Assembleia da República, Ferro Rodrigues pegou no teor de uma reportagem televisiva "emitida há uma semana" sobre a situação em várias urgências hospitalares para criticar a política social do Governo.

 

"Não podemos fingir que não vemos nada. A situação que é demonstrada em 15 urgências de todo o país é de pavorosa indignidade - isto fora do inverno e fora do pico de gripe. Há falta de médicos, falta de enfermeiros, desespero dos profissionais e excesso de trabalho, com macas espalhadas pelos corredores para centenas de pessoas, além de situações de falta de higiene e de falta de meios materiais essenciais. Espero que o senhor primeiro-ministro, que se estava a rir, tenha visto esse documentário", declarou o presidente da bancada socialista.

 

Ferro Rodrigues criticou ainda o ministro da Saúde, Paulo Macedo, por nada ter comentado após esse documentário ter sido transmitido e de o seu secretário de Estado ter concluído que observou "pessoas bem instaladas".

 

Perante as críticas do líder parlamentar do PS, o primeiro-ministro lamentou ter sido confrontado num debate parlamentar, num órgão de soberania, com o teor de um documentário televisivo.

 

"Tenho procurado sempre elevar a qualidade do debate parlamentar e devo dizer que me surpreende que o senhor deputado Ferro Rodrigues queira discutir reportagens de televisão no nosso debate parlamentar. Não me leve a mal, mas surpreende-me", acentuou.

 

Segundo o primeiro-ministro, o Governo conservou "uma preocupação social de acordo com aquilo que é obrigação de um Estado moderno e desenvolvido".

 

"Apesar das circunstâncias muito difíceis do programa de assistência, conseguiu-se aplicar livremente os estabilizadores automáticos de forma a proteger a despesa social e os cidadãos com maiores vulnerabilidades. Mais do que isso, conseguimos pagar dívida na área social, particularmente na saúde", contrapôs, antes de se referir a recentes vagas abertas pelo seu executivo para profissionais de saúde.

 

Perante os protestos da bancada socialista, Pedro Passos Coelho usou a ironia e comentou: "Percebo que os mínimos dos senhores deputados são consideravelmente elevados atendendo às circunstâncias financeiras que deixaram ao país".

 

"É exactamente por isso que tem valor aquilo que agora se alcançou na área social. Isso foi obra, principalmente após o resgate a que fomos submetidos", reagiu, recebendo palmas das bancadas do PSD e do CDS.

 

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