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Maduro anuncia sistema de mísseis para defender fronteira com a Colômbia

05 de setembro de 2019 às 09:26

"Vamos implantar um sistema de mísseis, de defesa antiaérea, de defesa terrestre, blindada, porque a Venezuela deve ser respeitada", disse.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje que vai introduzir um sistema de mísseis para defesa antiaérea nas regiões fronteiriças com a vizinha Colômbia, país que acusa de propiciar um "conflito armado".

"Vamos implantar um sistema de mísseis, de defesa antiaérea, de defesa terrestre, blindada. Vamos implantá-lo de 10 a 28 de setembro, porque a Venezuela deve ser respeitada", disse.

Nicolás Maduro voltou a acusar o seu homólogo colombiano, Iván Duque, de ter um plano para agredir a Venezuela.

"O Presidente Iván Duque tem um plano de provocação. Ele pretende (...) agredir o território venezuelano, para ir ao Conselho de Segurança da ONU e armar um 'show' político às custas de um conflito armado", disse durante um ato transmitido pela televisão estatal venezuelana.

O anúncio de criação de um sistema de mísseis, tem lugar depois de Nicolás Maduro emitir uma alerta nos estados fronteiriços com a Colômbia, denunciando esforços das autoridades do vizinho país para vincular a Venezuela com ex-guerrilheiros colombianos que anunciaram recentemente o regresso às armas.

"Por isso vamos tomar um conjunto de medidas para garantir a paz e a soberania. Vamos reforçar um conjunto de medidas. Ordenei ao comandante estratégico operacional das Forças Armadas Bolivarianas e a todas as unidades militares da fronteira, declarar um alerta laranja perante as ameaças de agressão da Colômbia contra a Venezuela", disse.

Ao emitir o alerta laranja, o Presidente da Venezuela anunciou também exercícios militares de 10 a 28 nos estados venezuelanos de Zúlia, Táchira, Apure e Amazonas, que juntos compõem os 2.219 quilómetros de fronteira comum entre a Venezuela e a Colômbia.

A oposição venezuelana anunciou, terça-feira, que vai colaborar com as autoridades da Colômbia para localizar eventuais grupos guerrilheiros e paramilitares que Bogotá diz estarem na Venezuela.

"Vamos autorizar o uso da tecnologia de satélite para localizar estes grupos. Vamos aliar-nos com o mundo democrático para enfrentar esta ameaça e proteger os venezuelanos", disse o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), maioritariamente da oposição, Juan Guaidó.

Depois de mais de um ano de paradeiro desconhecido, o antigo número dois das FARC e principal negociador do acordo de paz de 2016, Iván Márquez, reapareceu num vídeo, na passada quinta-feira, com outros ex-líderes do grupo, anunciando o regresso às armas.

O ministro da Defesa da Colômbia disse na sexta-feira à rádio colombiana La FM que vai tomar medidas para enfrentar esse grupo que supostamente se refugia em território venezuelano.

Segundo Guillermo Botero, a Colômbia conta com uma unidade especializada, composta por homens dos serviços secretos, da polícia e investigadores para capturar este grupo e levá-lo perante a justiça.

Também terça-feira, o presidente da Assembleia Constituinte venezuelana (composta unicamente por simpatizantes do regime), Diosdado Cabello, acusou a Colômbia de treinar e armar guerrilheiros que depois envia para território venezuelano.

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