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Le Pen quer taxar contratos dos emigrantes

02 de fevereiro de 2017 às 14:58

A líder do partido de extrema-direita Frente Nacional explicou que a receita gerada por esse imposto pode ser utilizada para indemnizar os desempregados

A candidata da extrema-direita às presidenciais francesas, Marine Le Pen, defendeu a criação de um imposto para os contratos de trabalho com estrangeiros, numa entrevista publicada esta quinta-feira pelo jornal Le Monde. A receita gerada por esse imposto pode ser utilizada para indemnizar os desempregados, explicou a líder do partido de extrema-direita Frente Nacional.

 

A proposta insere-se no que Le Pen designa como "prioridade nacional" e quer aplicar se for eleita nas presidenciais de Abril e Maio.

 

No mesmo sentido, Le Pen disse ao diário que pretende taxar as importações de bens e serviços com uma "contribuição social" de 3%, imposto com que prevê recolher "no mínimo 15 mil milhões de euros" e que, assegurou, não terá impacto significativo no poder de aquisição dos consumidores. "A base de tudo isto é o patriotismo, ou seja, cada medida e cada euro gasto têm como vocação defender o interesse dos franceses", disse a candidata, que as sondagens dão como certa na segunda volta.

 

Le Pen defendeu "um proteccionismo inteligente", de "luta contra as deslocalizações selvagens", e congratulou-se com a declaração do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no discurso de tomada de posse, da "morte do ultraliberalismo".

 

"Trump foi eleito por promessas que está a aplicar. Esse respeito pelos eleitores devia ser um modelo para todos os políticos", disse a líder da extrema-direita, frisando contudo não ter como referência nem estar "fascinada" pelos Estados Unidos, como não o está pela Alemanha ou pela Rússia.

 

Sobre o seu programa eleitoral, que vai apresentar este fim-de-semana em Lyon (Sudeste), Le Pen repetiu que quer tirar França da União Europeia (UE). "Irei imediatamente a Bruxelas para negociar o regresso das quatro soberanias: monetária, legislativa, orçamental e territorial. E seis meses depois das eleições, organizarei um referendo sobre a saída da UE", disse.

 

A candidata manifestou-se convicta de que essa sua medida vai desencadear "um movimento" a que se vão juntar vários países para "obter a anulação de regras e tratados que prejudicam a sua segurança ou a sua economia".

 

Investigada por alegado uso indevido de 340.000 euros dos fundos que recebeu como eurodeputada, Le Pen assegurou que não se retira da corrida presidencial se vier a ser formalmente acusada. "Um juiz decidir quem é e quem não é candidato é o fim da democracia", disse.

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