Secções
Entrar

Jerónimo estranha falta de "crescimento" no Programa de Estabilidade

17 de abril de 2015 às 13:22

O secretário-geral do PCP acusou o primeiro-ministro de enganar os portugueses com medidas provisórias tornadas permanentes

O líder comunista estranhou esta sexta-feira a ausência da palavra "crescimento" do Programa de Estabilidade (PE) do Governo, acusando Passos Coelho de enganar os portugueses com medidas provisórias tornadas permanentes, no debate parlamentar quinzenal com o primeiro-ministro.

 

"No denominado Programa de Estabilidade, é curioso que do título tenha caído a palavra crescimento. Há uma conclusão a tirar - a propaganda que andava por aí, do país a dar a volta, mais emprego, afinal não passava de conversa fiada", afirmou Jerónimo de Sousa, lamentando que o executivo PSD/CDS-PP queira "continuar a mesma política, com os mesmos objectivos", pois "o documento prova que enganou os portugueses, procurando transformar em definitivo aquilo que era anunciado como extraordinário".

 

Segundo o secretário-geral do PCP, "primeiro era por três anos, agora, vai-se ver, são cinco", condenando futuros cortes previstos de "mais 600 milhões de euros nas reformas e pensões, de mais 400 milhões nos serviços públicos, a manutenção da sobretaxa (de IRS) extraordinária até 2019".

 

"O PE é assim designado porque é o seu nome, mas não caiu crescimento algum. Tem lá a previsão de crescimento", contrariou o chefe do Governo, garantindo que, como anunciado, "a sobretaxa de IRS e o IRC vão ser diminuídos progressivamente", além da remoção dos cortes salariais na função pública, "esperando que venha a ser constitucional".

 

Passos Coelho lembrou que o Tribunal Constitucional voltará a ser "confrontado" com aquelas medidas, como no passado, pois "não disse que não podia ser feito no futuro".

 

"O desastre é o crescimento da economia que estamos a viver em 2015 e que está previsto para 2016? A redução do desemprego, a remoção das medidas extraordinárias, que penalizavam os contribuintes? Como é que alguém que conduz o país para o crescimento o está a conduzir para o desastre? Como pode dizer isso quando nós tiramos o país do desastre?", questionou o primeiro-ministro.

 

Jerónimo de Sousa tinha citado os "dois pontos percentuais a menos de desemprego" estimados para os próximos cinco anos e o que o executivo pretendia fazer com "o milhão de portugueses que continuariam no desemprego".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela