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Crise leva cidades brasileiras a cortar verbas para o Carnaval

24 de janeiro de 2016 às 12:50

O Carnaval é a festa popular mais importante do Brasil, mas este ano os problemas económicos que afectam o país estão a levar ao cancelamento ou à diminuição das verbas públicas destinadas ao evento

O Carnaval é a festa popular mais importante do Brasil, mas este ano os problemas económicos que afectam o país estão a levar ao cancelamento ou à diminuição das verbas públicas destinadas ao evento.

Mais de cinquenta municípios em nove estados brasileiros deixaram de patrocinar ou reduziram as festividades carnavalescas alegando que a crise afectou os cofres públicos e, este ano, os recursos usados para apoiar os desfiles serão aplicados em outras áreas.

O Recife, capital de Pernambuco, informou que investirá 25 milhões de reais no Carnaval. Fazendo uma comparação com o ano passado, quando 35 milhões de reais foram destinados à organização da festa, verifica-se um corte de 10 milhões de reais.

A cidade organiza um dos carnavais mais populares do país. Em 2015, a capital pernambucana recebeu 890 mil turistas nesta época do ano.

Em Minas Gerais, a redução do apoio governamental afectou pelo menos 26 municípios.

Na cidade de Ouro Preto houve uma redução de mais de 90% do dinheiro transferido para os organizadores dos festejos carnavalescos. O município vai gastar 100 mil reais (22,4 mil euros) em atracções e infraestrutura para os turistas. Em 2015, os aportes chegaram a 1,5 milhões de reais (336 mil euros).

A Prefeitura de Diamantina afirmou que, por falta de verbas, fornecerá apenas serviços essenciais como limpeza urbana e casas-de-banho químicas. No ano passado, gastou cerca de um milhão de reais (224 mil euros) no evento.

Em Mariana, atingida pela queda de duas barragens da empresa de mineração Samarco, o Carnaval foi mantido, mas os recursos serão menores. São João del-Rei deixará de patrocinar os desfiles e vai apoiar apenas os blocos de rua.

Já em Macau, município do litoral a 180 quilómetros de Natal, onde acontece uma das maiores festas do Rio Grande do Norte, o cortejo foi cancelado. Esta festa, conhecida como Carnaval do mela-mela, atrai milhares de pessoas.

Os cortes também ocorreram em locais onde a folia não tem um grande potencial turístico: Batatais, Sorocaba, Campinas, Lorena e Guaratinguetá, municípios do interior do estado de São Paulo, cancelaram os desfiles.

Em Porto Ferreira, também no interior paulista, a prefeitura foi mais drástica e disse que não vai patrocinar as comemorações, que custariam cerca de 120 mil reais (27 mil euros), para comprar uma ambulância.

Irati, no Paraná, anunciou que usará a verba do Carnaval, cerca de 100 mil reais (22,5 mil euros), em obras para conter cheias.

Os cortes foram motivados pela crise económica do Brasil, que no ano passado entrou oficialmente em recessão.

A inflação no país terminou o ano em 10,67% e o desemprego atingiu 9% da população até ao terceiro trimestre.

Ainda não foram divulgados dados oficiais, mas projecções do Fundo monetário Internacional (FMI) indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro reduziu 3,8% em 2015.

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