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Criminalidade violenta e grave aumenta em 2022

Lusa 27 de março de 2023 às 17:31

O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2022 foi hoje analisado no Conselho Superior de Segurança Interna. Entre os crimes que mais subiram constam o roubo na via pública e roubo por esticão, a violência doméstica, criminalidade grupal e delinquência juvenil.

A criminalidade geral aumentou 14,1% e a violenta e grave subiu 14,4% no ano passado em relação a 2021, mas, em comparação com 2019, mantém-se a tendência descendente dos crimes graves e violentos, foi anunciado esta segunda-feira.

O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2022 foi hoje analisado no Conselho Superior de Segurança Interna, numa reunião presidida pelo ministro da Administração Interna e em conferência de imprensa após a reunião, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu Pinheiro, explicou que, para fazer a análise da criminalidade registada pelas forças e serviços de segurança em 2022, é "necessário existir uma comparação com 2019", uma vez que 2020 e 2021 foram influenciados por medidas restritivas devido à pandemia de covid-19.

No entanto, o RASI de 2022, que vai ser entregue na sexta-feira na Assembleia da República, mantém a estrutura de comparação anual, precisou.

Segundo o secretário-geral do SSI, em 2022 foi registado um aumento da criminalidade geral na ordem dos 14,1%, com mais 42.451 participações relativamente a 2021, enquanto em comparação com 2019 verificou-se uma subida de 2,5%.

A criminalidade violenta e grave teve no ano passado um aumento de 14,4% face a 2021, mas em relação 2019 registou-se uma descida de 7,8%.

"Em termos comparativos de pós e pré-pandemia, a tendência relativa a crimes graves e violentos prossegue ainda numa curva descendente", disse Paulo Vizeu Pinheiro, considerando que "importa manter os níveis de vigilância e evitar complacências".

Entre os crimes que mais subiram em 2022 constam o roubo na via pública e roubo por esticão, que representam 53% da criminalidade violenta e grave, a violência doméstica, que subiu 15% em relação a 2021 (+3.968 casos), criminalidade grupal, com uma subida de 18% (+898 participações), e delinquência juvenil, que aumentou 50,6% em relação a 2021, com mais 567 participações.

Além da violência doméstica e no âmbito da criminalidade geral, o secretário-geral do SSI avançou que também aumentaram em 2022 a condução com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 gramas por litro de sangue (+43,4%) e o furto por carteirista (+66,1%).

Os crimes que mais desceram no ano passado face a 2021 foram o abuso de confiança fiscal (menos 53,4%), o furto em veículo motorizado (menos 2,7%) e o furto em edifício comercial ou industrial (menos 7,9%).

Em 2022, os distritos de Lisboa, Porto e Setúbal continuaram a ser os que registaram um maior número de participações às polícias, representando aproximadamente metade do total de registos.

No que respeita à criminalidade violenta e grave, Paulo Vizeu Pinheiro, realçou que os crimes que mais subiram no ano passado em relação a 2021 foram a violação (+30,7%), a extorsão (+49,9%), roubo na via pública (exceto esticão) com mais 21,1%.

Aqueles que mais desceram foram o roubo em farmácias, com menos 65,6%; o roubo de viatura, com menos 23% e o roubo em posto de abastecimento de combustível, com menos 24,6%.

O secretário-geral alertou também para o aumento da criminalidade informática, frisando que esta tendência de crescimento tem sido acompanhada com "preocupação por parte das entidades com responsabilidade na prevenção e combate".

De acordo com Paulo Vizeu Pinheiro, em 2022 registou-se um crescimento de 48,3% face a 2021 e de 68,2% em relação a 2019.

"Preocupante também o crime de burla informática e nas comunicações, crime que mantém um elevado número de participações ascendendo a 20.901 ocorrências em 2022", disse, sublinhando igualmente as subidas no crime de abuso de cartão de garantia ou de crédito com o registo (+463,3%).

O mesmo responsável destacou ainda que as participações por tráfico de droga aumentaram 52,6% em 2022 face a 2021, bem como o aumento de 24% de apreensões e "acréscimos muito significativos nas quantidades apreendidas", nomeadamente mais 50% no que respeita ao haxixe e mais 65% na cocaína.

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