Secções
Entrar

BE quer ouvir ministro da Educação na AR sobre tempo de serviço dos professores

05 de junho de 2018 às 10:54

A deputada do BE, Joana Mortágua acusou o ministro da Educação de "castigar os professores por causa de um braço-de-ferro com os sindicatos na contagem do tempo de serviço".

O Bloco de Esquerda (BE) quer ouvir com urgência o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, no Parlamento para esclarecer a decisão sobre a contagem do tempo de serviço dos professores, que o partido considera "reprovável e inaceitável".

1 de 3
Foto: Cofina Media
Foto: Cofina Media
Foto: Cofina Media

Em declarações à agência Lusa, a deputada do BE, Joana Mortágua acusou o ministro da Educação de "castigar os professores por causa de um braço-de-ferro com os sindicatos na contagem do tempo de serviço".

"O Governo quer castigar milhares de professores por causa de um braço-de-ferro com os sindicatos no qual não tem razão porque a posição do Sr. Ministro contraria a Assembleia da República, contraria a palavra do Governo, a expectativa dos professores e contraria a ideia de que quem trabalhou uma década na escola pública não pode ver o seu tempo de serviço apagado como se não tivesse lá estado", frisou.

Joana Mortágua diz "não entender" como é que o ministro tomou a decisão quando tinha por base na negociação "uma resolução da Assembleia da República que diz que deve ser negociada com os sindicatos a recuperação integral do tempo de serviço que prestaram durante o período de congelamento das carreiras e com uma lei de Orçamento do Estado que diz que deve ser negociada com o sindicatos o tempo e o modo de recuperação do tempo de serviço".

No entender da deputada, o ministro da Educação entrou na negociação com base "numa chantagem".

"Ou os sindicatos aceitam o que o Governo impõe ou os professores não levam nada. No fundo é isto que o senhor ministro vem dizer e quando os sindicatos exigem a recuperação do tempo de serviço conforme o que foi acordado na Assembleia da República, o ser ministro bate com a porta e diz que os professores ficam sem qualquer recuperação do seu tempo de serviço, ou seja está a tentar castigar milhares de professores por causa de um braço-de-ferro com os sindicatos", disse.

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, confirmou na segunda-feira que os professores não vão ter contabilizado qualquer tempo de serviço congelado por terem falhado as negociações com os sindicatos.

A ausência de acordo "significa ficar tudo como estava", disse o ministro da Educação aos jornalistas, no final de um dia de reuniões com os sindicatos de professores.

O ministro confirmou assim que os professores não vão ver contabilizados para efeitos de progressão na carreira os nove anos, quatro meses e dois dias que reclamam desde o início das negociações e que o Governo retira de cima da mesa a proposta para contabilizar cerca de dois anos e nove meses, colocando o ónus da decisão naquilo que considerou ser uma falta de flexibilidade por parte dos sindicatos para aproximar posições.

"A partir do momento em que as organizações sindicais não avançaram e não deram nenhum passo depois de o Governo ter dado um passo, não existem condições neste momento para se proceder a um acordo e irmos para a negociação formal", disse o ministro.

À saída da reunião com o ministro da Educação, esta manhã, no Ministério da Educação, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, adiantou que perante o cenário de "chantagem" os professores admitem avançar com uma greve aos exames nacionais, às aulas e a tarefas burocráticas como o lançamento de notas.

À tarde, o secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE) anunciou que iria propor aos restantes sindicatos de professores a convocação de uma greve aos primeiros dias do próximo ano lectivo, depois de uma reunião que classificou como "uma amarga decepção que confirma as piores expectativas".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela