Secções
Entrar

Aeroporto: Líder do PSD diz que projeto de localização em Santarém "deve ser ponderado"

Lusa 08 de setembro de 2022 às 07:19

Luís Montenegro diz que "não há nenhuma decisão" sobre o tema. Partido já ouviu dinamizadores técnicos do projeto.

O presidente do PSD admitiu que pode haver condições para "uma convergência de posições" com o Governo sobre o futuro aeroporto internacional, e defendeu que o projeto que prevê a localização em Santarém "deve, pelo menos, ser ponderado".

Nuno Veiga/Lusa

Em entrevista ao programa "Hora da Verdade" da Rádio Renascença e do jornalPúblico, o líder do PSD diz que "não há nenhuma decisão" sobre o tema e admitiu que só tomou conhecimento deste projeto de investidores privados que defende a localização da nova infraestrutura aeroportuária em Santarém depois da reunião que teve no final de julho com o primeiro-ministro, António Costa, sobre o tema.

"No âmbito das audições que promovemos no PSD, já ouvimos os dinamizadores técnicos desse projeto e não deixaremos de o ter em conta na nossa apreciação, é um projeto que deve, pelo menos, ser ponderado", afirmou.

Sobre o tema do futuro aeroporto, Montenegro considerou ainda que "há condições para um diálogo que possa conduzir a uma convergência de posições" entre Governo e PSD, apesar de só ter havido uma reunião pública com o primeiro-ministro.

"Se não tivesse essa postura, teria dito que estava indisponível para conversar com o primeiro-ministro. Em bom rigor, quem tem de tomar decisões é o Governo, se as decisões do Governo tiverem convergência com o posicionamento do PSD, acho que isso é benéfico para o país", defendeu.

O presidente do PSD considerou ainda que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, tem potencial e capacidade para fazer parte de uma solução aeroportuária "mais fortalecida e conjugada" com os interesses da economia portuguesa.

"Mal seria se a nossa estratégia aeroportuária não contasse com todo o potencial que o aeroporto Francisco Sá Carneiro já tem hoje", reforçou.

Em matéria de pensões, e depois de ter anunciado que o PSD irá pedir a apreciação parlamentar do decreto-lei do Governo que prevê o pagamento de meia pensão extraordinária em outubro (numa antecipação de parte dos aumentos que deveriam ser pagos em janeiro, segundo a atual lei), Montenegro diz ter disponibilidade para ajudar o Governo a construir uma outra solução.

"Não me causa nenhuma espécie que possam fazer no âmbito das pensões o que foi a opção do Governo para as pessoas que estão na vida ativa", disse, referindo-se ao pagamento único de 125 euros em outubro para todos os cidadãos que ganhem menos de 2.700 euros brutos por mês.

Apesar de a solução do PSD passar por um apoio de 40 euros mensais até final do ano (160 euros no total) para as pensões mais baixas, o presidente do PSD diz admitir que possa ser feito um pagamento único.

"Não me coloco de fora de adaptar a nossa proposta ao racional de todo o decreto, não queremos alterar o decreto de A a Z", afirmou.

O PSD tem criticado a proposta do Governo de apoio aos pensionistas, argumentando que cria uma ilusão e "dá zero" de rendimento adicional face ao previsto na lei, limitando-se a antecipar metade do aumento previsto, e alertando que terá como consequência aumentos menores nas pensões a partir de 2024.

Na mesma entrevista ao Público e à Renascença, num excerto divulgado na quarta-feira, Luís Montenegro acusou o Governo e o PS de fazerem "um corte de mil milhões de euros no sistema de pensões em Portugal", o custo previsto do pagamento da meia pensão adicional em outubro.

O líder do PSD manifestou menos disponibilidade para discutir com o PS a atual legislação sobre Segurança Social, a não ser que os socialistas digam "preto no branco, sem tibiezas, que estão disponíveis para fazer essa reforma".

"Não vamos alimentar a estratégia de o PS tentar que seja o PSD a apresentar soluções quando tem a responsabilidade de governar", disse.

Na mesma linha, avisou que os sociais-democratas não aceitarão a proposta do PS em cima da mesa de alteração do modelo dos atuais debates com o Governo, recusando "a limitação do diálogo com o primeiro-ministro".

"O PS quer monólogos e não debates, quer que cada partido fale uma só vez e que o primeiro-ministro fale também de uma só vez. É um modelo que não é aceitável para o PSD", salientou.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela