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Como é que a Impresa chegou a este estado?

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 04 de novembro de 2017 às 08:00

A pressão dos números e do principal credor, o BPI, impôs o plano adiado há dois anos: o maior desinvestimento nos media em papel no mercado português. Chegará?

Em Novembro de 1972, Francisco Pinto Balsemão foi a Londres para formalizar e agradecer os estágios que o The Sunday Times cedera a três jovens jornalistas do Expresso, um deles o futuro gestor da banca Fernando Ulrich. O interlocutor de Balsemão era Roy Thompson, um canadiano, austero na gestão, que se transformara num barão da imprensa britânica e num barão em título, tendo sido distinguido por "serviço público" em 1964. "Estava um pouco nervoso porque ele era um grande homem dos media", conta Balsemão sobre Lord Thompson, numa entrevista citada na biografia escrita pelo jornalista Joaquim Vieira. "Fiz um grande discurso sobre a liberdade de imprensa e ele ouviu, ouviu e disse: ‘Are you making money?’ [Está a ter lucro?] Tinha toda a razão. Sem dinheiro, fica-se refém dos bancos".

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