Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde prevê vários níveis de ação e funciona em paralelo com o Gabinete de Segurança já criado por despacho da ministra da Saúde.
A violência contra profissionais de saúde vai ser considerada um crime de investigação prioritária através da próxima proposta de lei de política criminal, anunciou hoje oMinistério da Saúde.
Em articulação com o Ministério da Justiça, a intenção é consagrar como crime de prevenção e de investigação prioritária as agressões praticadas contra o sistema de saúde e todos os seus profissionais, afirmou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, durante a apresentação do Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde.
Segundo António Sales, o plano prevê vários níveis de ação (nacional, regional e local) e funciona em paralelo com o Gabinete de Segurança já criado por despacho da ministra da Saúde.
O plano, que ficará em consulta pública no mês de fevereiro, prevê também a criação de um serviço de atendimento no Centro de Contacto SNS 24 para profissionais de saúde com "resposta célere e eficaz de apoio psicossocial, 24 sobre 24 horas".
As instituições do Ministério da Saúde estão ainda a colaborar na avaliação e diagnóstico das condições de segurança dos serviços, bem como promover medidas de prevenção de violência, a par de apoio jurídico e psicossocial aos profissionais vítimas de agressão.
"O problema da violência é um problema de saúde pública e quando é dirigido contra profissionais de saúde é, para nós, um fator de extrema preocupação que encaramos com reprovação e também com seriedade naquilo que nos merece enquanto estratégias de prevenção e de combate", afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido, antes da apresentação do plano.
A ministra defendeu que, "sendo este um problema multifatorial, tem de ser abordado tecnicamente como um problema complexo e, portanto, com uma abordagem multifacetada".
Para o secretário de Estado da Saúde, "os fenómenos de violência, sejam eles quais forem, e em que circunstâncias forem, serão sempre condenáveis, reprováveis e inadmissíveis" e, por isso, o Ministério da Saúde "repudia e condena todo o tipo de violência contra os profissionais de saúde".
"Um ato de violência contra um profissional de saúde fere o Estado, também nos fere a todos, enquanto cidadãos e enquanto sociedade", vincou.
O governante lembrou que "os casos de violência contra profissionais de saúde não são infelizmente de agora. Tal e qual como também não são de agora as medidas preventivas, protetoras e de intervenção".
Contudo, frisou, os casos mais recentes demonstram que "é necessário um plano nacional integrado, estratégico e dirigido à prevenção, à proteção e ao robustecimento do setor".
Assim, "Portugal passará a ter um plano de ação para a prevenção da violência no setor da saúde" que não "será estático, nem fechado, será feito com os profissionais de saúde e para os profissionais de saúde".
Segundo o governante, o plano pretende dar resposta ao nível de prevenção, do reforço da notificação, da proteção, da segurança, da intervenção do aconselhamento e do apoio aos profissionais que são vítimas de agressão.
As instituições integradas no Ministério da Saúde também estão já a receber orientações para desenvolverem "respostas céleres e eficazes de apoio psicossocial e jurídico em situações de violência contra profissionais de saúde".
Questionado sobre as agressões profissionais passarem a ser consideradas crime público, o governante disse que não cabe ao Ministério da Saúde promover qualquer alteração na lei penal.
"Deixamos a quem de direito discutir essa matéria, porque é matéria penal, ao Ministério da Saúde compete ter um enquadramento e medidas preventivas, medidas corretivas e protetoras" e de intervenção.
Violência contra profissionais de saúde vai ser crime de investigação prioritária
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.