Declarações surgiram poucas horas depois de o Governo ter aceitado a demissão do diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais.
A ministra da Justiça disse, esta terça-feira (10), que a fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, no sábado, é resultado de "desleixo, facilidade, irresponsabilidade e falta de comando". Em conferência de imprensa, Rita Júdice reconheceu ainda que estes "erros e falhas graves" são "inaceitáveis", comprometendo-se, assim, a aplicar "processos disciplinares e penais", caso estes sejam necessários.
ANTÓNIO COTRIM/LUSA
Segundo Rita Júdice, que citou os resultados de uma investigação, a fuga dos prisioneiros "foi orquestrada". Envolveu ajuda externa e a utilização de duas escadas que não estariam no estabelecimento prisional. Sabe-se também que os sistemas de videovigilância estariam operacionais e que o "elemento responsável estava no posto".
"Esta fuga foi orquestrada. Não resultou de um aproveitamento de distração. Foi preparada com tempo, com métodos e ajuda de terceiros", começou por revelar a governante. "No momento da fuga, o sistema de videovigilância estava operacional e a funcionar. O elemento responsável por monitorizar as imagens estava no seu posto. Conclui-se que houve uma sucessão de fragilidades."
As declarações surgiram poucas horas depois de o Governo ter anunciado a demissão do diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), Rui Abrunhosa Gonçalves. Aos jornalistas, a ministra indicou, assim, que foram as conclusões da investigação que a obrigaram a aceitar o pedido de demissão do mesmo.
"As conclusões obrigaram-nos a agir. Assim, aceitei o pedido de demissão apresentado pelo diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais, e também o pedido de demissão apresentado pelo sub-diretor geral dos Estabelecimentos Prisionais."
Face às demissões, acrescentou que Isabel Leitão foi escolhida para assumir estas funções. "Assumirá funções em regime de substituição a doutora Isabel Leitão, até aqui sub-diretora-geral da DGRSP."
Cinco reclusos fugiram na manhã de sábado (7) do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre. Os prisioneiros terão tido "ajuda externa através do lançamento de uma escada, que permitiu aos reclusos escalarem o muro e acederem ao exterior", referiu no fim de semana a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
No domingo o diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa Gonçalves, agora demitido, já havia ressalvado que no sábado estavam apenas 33 guardas prisionais no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, o que levou ao reconhecimento da existência de falta de guardas prisionais.
"A cadeia contava à altura com 33 elementos da guarda prisional", o que "é à partida o número normal que um estabelecimento destas características e com este numero de reclusos justifica ter", afirmou em conferência de imprensa.
O diretor da Polícia Judiciária (PJ) avisou também no domingo que os cinco reclusos que conseguiram escapar são extremamente perigosos. O secretário-geral Adjunto do Sistema de Segurança Interna, Manuel Vieira, avançou ainda que a Europol e a Interpol já haviam recebido "todos os dados relativos à identidade dos indivíduos em causa" e que foram feitos contactos com as autoridades fronteiriças espanholas.
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