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Tiago Brandão Rodrigues, o ministro da Educação remodelável que pode vir a ser recordista no cargo

15 de outubro de 2019 às 21:46
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Se aos últimos quatro anos Tiago Brandão Rodrigues juntar os quatro que seguem à frente do Ministério da Educação será o ministro que, pelo menos em democracia, mais tempo esteve à frente de uma das pastas que mais dificuldade tem em segurar ministros.

Tiago Brandão Rodrigues, o jovem cientista 'outsider' e sem experiência política que há quatro anos se estreou como ministro,é hoje candidato a governanteque mais tempo tutelou a pasta daEducaçãoem Portugal, apesar do mandato tumultuoso.

Ao longo dos últimos quatro anos foi por várias vezes apontado como um dos "elos mais fracos" do executivo de António Costa e como potencialmente remodelável, mas sobreviveu a todas as reconfigurações de Governo, mesmo debaixo de fortes críticas da oposição e, sobretudo, dos sindicatos, com os quais não chegou a acordo sobre a recuperação do tempo de serviço congelado dos professores.

A contagem da totalidade dos nove anos, quatro meses e dois dias de serviço é o grande diferendo que transita com o ministro para o novo Governo, hoje conhecido, e que promete marcar, pelo menos, o arranque do novo mandato.

Se aos últimos quatro anos Tiago Brandão Rodrigues juntar os quatro que seguem à frente do Ministério da Educação será o ministro que, pelo menos em democracia, mais tempo esteve à frente de uma das pastas que mais dificuldade tem em segurar ministros.

Maria de Lurdes Rodrigues, no primeiro Governo socialista deJosé Sócratese Nuno Crato, no primeiro Governo de coligação PSD/CDS-PP de Passos Coelho, foram os ministros que, antes de Brandão Rodrigues, por mais tempo ocuparam a pasta, com quatro anos e sete meses e quatro anos e três meses, respetivamente.

O ministro que continua para a próxima legislatura arrancou a anterior com a reversão de algumas das medidas tomadas pelo Governo de direita, acabando com os exames nos 4.º ano e 6.º anos de escolaridade e com a prova de avaliação dos professores, em sintonia com as exigências sindicais, o que garantiu um apaziguamento sindical nos primeiros tempos.

Com a sua secretária de Estado Adjunta - agora elevada a ministra -- Alexandra Leitão, a dar a cara por essa luta, reviu os contratos de associação com os colégios privados, aplicando um corte expressivo no financiamento estatal aos privados.

Tiago Brandão Rodrigues fica ainda associado à mudança de paradigma no ensino em Portugal, com a introdução do Perfil do Aluno e do modelo de flexibilidade curricular, assim como à introdução de manuais escolares gratuitos no ensino público até ao 12.º ano, uma exigência da "geringonça" que apoiou no parlamento o Governo de António Costa.

Tiago Brandão Rodrigues, 42 anos, nasceu em Paredes de Coura, em junho de 1977 e licenciou-se em Bioquímica pela Universidade de Coimbra, tendo mais tarde vivido e trabalhado em Madrid, Estados Unidos e Inglaterra.

Foi em Inglaterra que se notabilizou e conquistou reconhecimento internacional pela descoberta de uma técnica de ressonância magnética que permite a deteção precoce do cancro.

Desde 2010 que estava ligado ao instituto Cancer Research UK, da Universidade de Cambridge, até regressar a Portugal.

Tal como há quatro anos, voltou a ser cabeça de lista do Partido Socialista (PS) por Viana do Castelo, o seu distrito.

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