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"Squid Game" ou Playstation, o que significam os símbolos da campanha de Pizarro?

O candidato socialista à Câmara Municipal do Porto afirma que quis criar uma campanha com "uma imagem que tivesse a ver com as nossas prioridades" e com capacidade de mobilização. Ainda que tenha acabado a apagar um dos posts que publicou com as imagens enigmáticas.

O antigo ministro da Saúde e eurodeputado Manuel Pizarro é candidato à Câmara Municipal Porto, pelo PS, nas eleições autárquicas que se vão realizar próximo outono e já começou por causar sensação com os cartazes da sua campanha que apresentam um triângulo, um quadrado e um círculo. 

O primeiro passo da comunicação da campanha "À moda do Porto" passou por afixar outdoors pela cidade onde se incluíam os três símbolos e uma imagem da cidade, em qualquer menção ao nome do candidato nem ao partido, para só dias depois serem alterados por um onde tudo fica claro, desde a autoria até aos três pilares da campanha: habitação, segurança e mobilidade. 

A semana em que os primeiros outdoors estiveram espalhados foi suficiente para semear a dúvida, especialmente nas redes sociais sobre o significado dos símbolos. Se alguns disseram que estava relacionado com a Playstation e algum tipo de jogo, outros questionaram se estava relacionado com a série coreana Squid Game onde centenas de pessoas sem dinheiro aceitam um convite para competir em jogos infantis por dinheiro, mas apenas o vencedor acaba vivo.

À SÁBADO Manuel Pizarro explica que a "ideia foi criar uma imagem mais inovadora e suscetível de envolver as pessoas, especialmente os mais novos". Por detrás do conceito não estiveram os comandos da Playstation nem o Squid Game, ainda assim o socialista partilha que "a associação com a Playstation não tem nenhum problema" já a associação com a série deixa-o mais desconfortável: "A ideia de que queremos tornar a cidade no Squid Game nunca passou pelo nosso espírito, nem estávamos à espera que acontecesse".

"O que pedimos aos designers foi que criassem uma imagem que tivesse a ver com as nossas prioridades, não estava à espera de tantas associações", refere Manuel Pizarro apesar de considerar que a campanha se revelou um sucesso, citando até Francisco Sá Carneiro: "A política sem risco é uma chatice". Ainda assim Manuel Pizarro acabou por eleminar a primeira publicação que fez relativamente aos outdoors, onde admitia a sua autoria, ficando a publicação apenas disponível na página do PS Porto. 

O candidato à Câmara do Porto garante até que vão existir mais "ações de campanhas inesperadas", sempre com o objetivo de "mobilizar a atenção dos cidadãos, especialmente dos mais jovens, numa altura em que muitas pessoas estão cansadas da vida política".

Habitação, segurança e mobilidade 

Os três pilares da campanha são o resultado "da identificação das necessidades da cidade", afirma Manuel Pizarro que considera que "estas não são exclusivas do Porto". 

No caso da habitação acredita que "nem Portugal nem ninguém na Europa conseguiu prever a crise", mas garante que este é o momento de agir: "A habitação exige uma atenção muito especial, num primeiro momento exige mesmo uma aposta na nova construção, as pessoas não podem esperar mais, os jovens que querem começar as suas famílias não podem esperar mais".

Para isso, o socialista pretende fazer "uma aliança com o setor privado e cooperativo para utilizar terrenos que pertencem à câmara" e disponibilizar 5 mil casas com renda moderada nos próximos quatro anos. Além disso, defende que é fundamental iniciar um programa de reabilitação urbana com o objetivo de regenerar e colocar no mercado cerca de 20 mil fogos devolutos e degradados. 

Sobre a segurança refere que "é fundamental que este não seja visto como um tema secundário" e partilha que entende perfeitamente por que, em algumas zonas da cidade, as pessoas podem "se sentir preocupadas, especialmente em zonas com grande atividade de tráfico de drogas". Daí que queira "reforçar a proximidade das várias forças de segurança com estas zonas, incluindo a polícia municipal" e investir "num apoio sério aos dependentes de drogas". Manuel Pizarro defende que só vai ser possível resolver este problema com "repressão ao tráfico de drogas e apoio aos dependentes". 

Por fim, sobre a mobilidade reforça que "quatro em cada cinco carros que circulam no Porto chegam de fora da cidade" pelo que "este não é um problema que se resolva só dentro da cidade". Neste ponto assume que o Porto necessita também de "um grande investimento do Estado central", especialmente no que toca a "melhorar a VCI": "O Governo só no novo aeroporto de Lisboa, na terceira ponte e nas suas acessibilidades vai investir mais de 15 mil milhões de euros. O investimento tem de ser espalhado por todo o País e no caso da VCI seriam valores muito menores".

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