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Sócrates elogia defesa que Biden fez do seu filho e realça contraste com Marcelo

"Resolveu maldizer o filho perante a imprensa estrangeira só para se afastar do incómodo político de uma comissão de inquérito. Dois homens, dois países e duas culturas políticas", acusou Sócrates num artipo de opinião para o ICL Notícias.

O antigo primeiro-ministro José Sócrates elogia o Presidente norte-americano, Joe Biden, realçando a defesa que fez do seu filho no debate com Donald Trump, atitude que disse contrastar com a de Marcelo Rebelo de Sousa.

Pedro Catarino

Esta posição do líder socialista entre 2004 e 2011 consta de um artigo esta segunda-feira, 22, publicado no 'site' brasileiro ICL Notíciassobre a decisão de Joe Biden desistir de se recandidatar nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro.

"No momento em que Joe Biden se afasta, há qualquer coisa que é imperioso dizer em seu favor. Não vi na sua atitude uma luta por glória ou posição social, não vi ali apego ao poder. Vi, isso sim, a educação do combatente - para um homem político há sempre uma última batalha a travar", escreveu.

José Sócrates considerou que "é triste, muito triste, quando a vida diz" que há batalhas que já não podem ser travadas e referiu-se, depois, a um dos momentos do debate que Biden travou com o seu opositor republicano Donald Trump.

"Comoveu-me profundamente ver aquele homem, aquele político que todos vimos no debate com dificuldades físicas inultrapassáveis, reservar a pouca energia que tinha para defender o filho- não, o meu filho não é um falhado, o meu filho não é um sacana", assinalou.

No entanto, em Portugal, o Presidente da República, segundo José Sócrates, tomou outra atitude em relação ao seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, na sequência do caso das crianças gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria em Lisboa.

"Resolveu maldizer o filho perante a imprensa estrangeira só para se afastar do incómodo político de uma comissão de inquérito. Dois homens, dois países e duas culturas políticas", sustentou.

No seu artigo, o antigo primeiro-ministro socialista salientou que Joe Biden "teve um papel destacado na defesa da integridade do sistema eleitoral brasileiro e no desencorajamento de qualquer aventureirismo militar".

"Quem esteve atento à última campanha presidencial pôde ver o governo americano lembrar a todos os que alimentavam esperanças golpistas que desta vez ninguém atenderia o telefone na embaixada americana. Espero que não venhamos a ter saudades da firmeza democrática de Joe Biden", acrescentou.

No domingo, o Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou a desistência da corrida às eleições presidenciais, justificando com o interesse do Partido Democrata e do país e afirmou que pretende terminar o mandato.

O líder dos Estados Unidos disse ter "a maior honra" da sua vida nas funções que ocupa há quase quatro anos, porém cedeu às pressões do seu próprio partido após o mau desempenho no primeiro debate televisivo, em junho passado, da corrida à Casa Branca contra o antigo Presidente (2017-2021) e candidato republicano, Donald Trump.

Pouco depois de ter anunciado a sua desistência, o Presidente norte-americano declarou o seu "apoio total" à sua vice-Presidente, Kamala Harris, como candidata presidencial do Partido Democrata às eleições de 05 de novembro.

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