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Quais são as dificuldades no resgate às vítimas de Borba?

Operações de busca podem demorar vários dias ou horas. Duas pessoas morreram e três estão desaparecidas.

Duas pessoas morreram e três estão desaparecidas na sequência do deslizamento de terras em Borba, que fez com que parte da estrada municipal 255 desabasse. Três veículos caíram para dentro de uma pedreira de mármore, com 50 metros de profundidade e 200 mil metros cúbicos de água. Pensa-se que as vítimas sejam todas funcionários da pedreira.

As operações de socorro estão a ser conduzidas no local por bombeiros e militares do Exército, estando ainda presentes militares do Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro (GIPS) da GNR. A busca e resgate pelas vítimas ainda desaparecidas pode demorar horas ou dias, por ser de "grande complexidade". Quem o diz é Ricardo Ribeiro, presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil (ASPROCIVIL).

Um dos problemas é o teatro de operações. A zona da pedreira onde ocorreu o deslizamento de terras "não tem acesso directo", contou Ribeiro à agência Lusa. "O acesso é feito verticalmente, através de meios mecânicos. Portanto, há a necessidade de fazer o socorro através daquilo a que chamamos o grande ângulo, ou seja, através de corda e com uma maca de evacuação vertical".

Durante a madrugada, registaram-se novos deslizamentos. Por isso, outra questão é a segurança das equipas de socorro, para evitar que mais ninguém seja vítima dos movimentos de terra.

Outro problema é a visibilidade, o que não permite esclarecer onde estão as vítimas, em que estado se encontram (dentro ou fora das suas viaturas), ou se foram soterradas ou submersas.

"Houve uma estrada que desabou", frisa Ribeiro, que criou "um fluxo de resíduos, que tem uma força destruidora muito grande e, certamente, envolveu as vítimas e acaba por limitar e dificultar o acesso às mesmas". "Portanto, o tempo do teatro de operações vai depender da maior ou menor dificuldade no acesso às vítimas", conclui.

O secretário de Estado da Protecção Civil, José Artur Neves, afirmou que as causas do deslizamento de terras serão investigadas mas que agora é o "momento do socorro". "Não tenho informação. Este é o momento do socorro e é isso que nós estamos a fazer", sublinhou, na noite de segunda-feira.

Às 12 horas, será feito um ponto de situação sobre o resgate.

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