Sete membros pertenciam a rede internacional que se dedicava à exploração sexual de mulheres. Oitavo membro saiu em liberdade, mas com a obrigação de apresentação periódica às autoridades.
Prisão preventiva para sete dos detidos por tráfico de mulheres
O juiz Carlos Alexandre aplicou a medida coativa de prisão preventiva a sete dos oito detidos indiciados por tráfico de seres humanos, enquanto membros de uma rede internacional que se dedicava à exploração sexual de mulheres.
Fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) adiantou à Lusa que o oitavo membro, taxista de profissão, saiu em liberdade, mas com a obrigação de apresentação periódica às autoridades, no final do primeiro interrogatório judicial, realizado no Tribunal Central de Instrução Criminal.
O SEF tinha desmantelado na segunda-feira aquela rede, ao deter os oito cidadãos estrangeiros no distrito de Aveiro.
Em comunicado, o SEF adiantara que os oito cidadãos estão indiciados de tráfico de seres humanos, associação criminosa, lenocínio agravado e branqueamento de capitais e pertencem "a um grupo criminoso organizado" que se dedica à exploração sexual de mulheres.
Ainda segundo o SEF, as detenções foram feitas em Albergaria-a-Velha, Ílhavo e Gafanha da Nazaré, no distrito de Aveiro, tendo este serviço de segurança realizado oito mandados de detenção, 12 buscas domiciliárias e outras 12 buscas a viaturas.
No âmbito da operação, denominado "El Pibe", o SEF apreendeu seis viaturas, ouro, joias, dinheiro e documentos falsos, tendo ainda realizado buscas a duas agências de transferência de dinheiro bem como a uma agência de viagens.
O SEF sublinhou que este grupo, que operava em Portugal e outros países de União Europeia, aproveitava-se da vulnerabilidade das vítimas, que muitas vezes assenta "em famílias desestruturadas, com parcos rendimentos económicos e sem nenhuma ou baixa autoestima, com episódios de violência doméstica e consumo de álcool e droga".
Aquele serviço de segurança frisou que as vítimas, todas mulheres, não exerciam a prostituição de livre vontade e eram utilizadas como objetos para ganhar dinheiro, sendo uma forma de pagar dívidas e comissões impostas pelo líder da associação criminosa.
O SEF precisou que as mulheres "eram consideradas e tratadas como coisas ou objetos que proporcionam avultados proventos financeiros", além dos exploradores aproveitarem o facto de as vítimas não terem suporte familiar e relações seguras para aumentarem "os seus poderes de persuasão, manipulação e intimidação".
Nesta operação, o SEF contou com a colaboração de elementos da Equipa Multidisciplinar de Apoio à Vítima para garantir proteção e apoio psicológico às cerca de 20 mulheres sinalizadas.
Participaram na operação "El Pibe" 110 inspetores do SEF, analistas da Europol e elementos das autoridades congéneres de países da União Europeia.
A investigação do SEF começou em dezembro do ano passado, tendo sido conduzida em articulação com a Europol, de forma a garantir um combate transnacional a este fenómeno.
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