Sábado – Pense por si

Primeiros trocos. As experiências precoces dos políticos

Nuno Saraiva 03 de julho de 2018 às 00:00

Já fizeram um pouco de tudo: foram operários, tarefeiros, advogados, jornalistas, tradutores e agricultores. Todos têm um ponto comum: ganhavam muito mal. Saiba o que tiveram de fazer para começarem a ganhar a vida.

Por essa altura, nas rádios ouviam-se ainda os acordes da revolução. Em 1976, Nuno Morais Sarmento, então um jovem com as primeiras borbulhas a aparecerem-lhe no rosto, vagueava pelas ruas de Lisboa, na zona da praça de Londres. As tardes eram passadas na Mexicana, a pastelaria dos meninos queques da avenida de Roma. Certa vez, num desses passeios, deteve-se a olhar para um prospecto afixado no quiosque da Turisjovem, uma agência de viagens que servia os adolescentes que procuravam trabalho sazonal. "Os meus amigos já me tinham falado naquilo e fui lá", diz àSÁBADOo ex-ministro da presidência de Durão Barroso. A oferta era tentadora. "A preços de hoje ia ganhar mais ou menos 200 contos por mês", garante. O destino eram os campos de Inglaterra e a tarefa era apanhar lúpulo, um cereal utilizado na confecção da cerveja. Aos 15 anos, o jovem Nuno tinha apenas um problema: não falava uma palavra de inglês.

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Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.